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Presidente do Irã promete vencer linhas-duras para reunião

Hassan Rouhani prometeu vencer a batalha com a ala no momento em que as conversas nucleares entram em uma fase crítica


	Hassan Rouhani: presidente reverteu a postura antagonista de seu antecessor Mahmoud Ahmadinejad e conduziu o Irã ao diálogo sobre o seu programa nuclear
 (Adrees Latif/Reuters)

Hassan Rouhani: presidente reverteu a postura antagonista de seu antecessor Mahmoud Ahmadinejad e conduziu o Irã ao diálogo sobre o seu programa nuclear (Adrees Latif/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2014 às 17h21.

Dubai - O presidente iraniano, Hassan Rouhani, prometeu nesta quarta-feira vencer a batalha com a ala linha-dura que é contrária à sua política de distensão com o Ocidente, no momento em que as conversas nucleares a que seus adversários se opõem entram em uma fase crítica.

Eleito com grande vantagem onze meses atrás, Rouhani reverteu a postura antagonista de seu antecessor Mahmoud Ahmadinejad e conduziu o Irã ao diálogo sobre o seu programa nuclear. As conversas recomeçam na semana que vem em Viena e o país estabeleceu para si mesmo o prazo de 20 de julho para fechar um acordo.

"Com unidade e harmonia, podemos deixar estes problemas para trás... e iremos nos opor àqueles que não caminham em compasso com o povo", disse Rouhani a autoridades durante um evento do governo, de acordo com a agência estatal de notícias Irna.

"Iremos nos opor ao extremismo e, com a ajuda de Deus, obter uma vitória contra os extremistas", afirmou ele, referindo-se aos políticos e clérigos que consideram sua abertura para o Ocidente - incluindo os Estados Unidos, inimigos de longa data do Irã - um enfraquecimento da República Islâmica.

"O povo e o líder supremo nos apoiam nas conversas (nucleares). Iremos triunfar", declarou em menção ao aiatolá Ali Khamenei, líder religioso do Irã que tem a palavra final em qualquer mudança importante de política nuclear ou externa.

Os adversários de Rouhani deixaram o seu descontentamento claro.

Na terça-feira, parlamentares iranianos linha-dura tentaram em vão aprovar uma moção de censura contra o principal negociador nuclear, o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, por se recusar a negar a "mentira do Holocausto".

Zarif classificou o Holocausto como uma "tragédia horripilante", parte do esforço do governo para se distanciar da reputação de antissemita de Ahmadinejad, que fortaleceu a determinação internacional de conter o programa nuclear do país, que Israel diz almejar o desenvolvimento de uma bomba que poderia ser usada para destruir o Estado judeu.

Mas a postura moderada de Rouhani só o tornou mais vulnerável às críticas.

No sábado, opositores das conversas nucleares se reuniram no local da ex-embaixada dos EUA em Teerã, tomada por militantes e ocupada desde 1979.

O mesmo grupo, que faz campanha com o lema "Patriotas Preocupados", pediu uma manifestação depois das orações de sexta-feira, tradição no mundo islâmico, na capital nesta semana.

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