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Presidente do Iêmen diz que sua saída fortalecerá Al-Qaeda

"Caso este regime chegue ao fim, a Al-Qaeda vai conhecer seu auge em Hadramut, Chabwa e em Abyan", afirma Saleh

Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen: "nascemos livres e somos livres de decidir" (Mohammed Huwais/AFP)

Ali Abdullah Saleh, presidente do Iêmen: "nascemos livres e somos livres de decidir" (Mohammed Huwais/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2011 às 14h05.

Sanaa - O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, qualificou como um "complô" o plano dos países do Golfo que analisam sua saída do cargo, mas anunciou que aceitaria a decisão, advertindo que a Al-Qaeda irá se reforçar no país com o fim do seu mandato.

Em um discurso transmitido pela televisão estatal na comemoração pelo 21º aniversário da reunificação do país, Saleh afirmou que o plano de saída da crise apresentado pelo Conselho de Cooperação do Golfo "não é mais que um puro complô".

"Caso este regime chegue ao fim, a Al-Qaeda vai conhecer seu auge em Hadramut, Chabwa e em Abyan (cidades ao sul e sudeste do Iêmen). Alerto nossos amigos nos Estados Unidos e na União Europeia que a situação vai piorar", disse Saleh, considerado durante muito tempo um importante aliado norte-americano na luta contra o terrorismo.

Mesmo assim, o presidente diz aceitar o plano proposto pelo Conselho e acusou a oposição parlamentar, com a qual deve assinar o acordo de transição, de querer "assumir o poder com um banho de sangue".

Saleh disse ainda que a revolta no Iêmen, iniciada no fim de janeiro seguindo os protestos organizados na Tunísia e no Egito, faz parte de "uma agenda das grandes potências que exportam seus problemas e pretendem impor sua tutela aos povos menos favorecidos".

O discurso parece ser uma resposta às declarações na última quinta-feira do presidente norte-americano Barack Obama, que se mostrou firme em seu apoio às manifestações a favor da democracia nos países árabes.

De acordo com um levantamento da AFP, 180 pessoas morreram desde janeiro no Iêmen em consequência das repressões aos protestos contra o regime de Saleh.

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