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Presidente do BCE se despede pedindo lucidez perante a crise

Jean-Claude Trichet falou pela última vez ao Parlamento Europeu antes de deixar o cargo

Trichet: "a Europa vive no epicentro da pior crise desde a Segunda Guerra Mundial" (Eric Piermont/AFP)

Trichet: "a Europa vive no epicentro da pior crise desde a Segunda Guerra Mundial" (Eric Piermont/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2011 às 16h42.

Bruxelas - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, se despediu nesta terça-feira do Parlamento Europeu pedindo aos Governos da zona do euro "lucidez" perante a crise e advertiu que "ainda estamos na metade do caminho" da inquietação financeira.

Em sua última audiência no parlamento antes de deixar o cargo, Trichet também reivindicou a necessidade de criar um Ministério da Economia comum, mas sem entrar em detalhes.

Ele insistiu aos Governos dos países do euro que sejam conscientes de "que a Europa vive no epicentro da pior crise desde a Segunda Guerra Mundial".

O presidente do BCE afirmou que para enfrentar situação econômica é necessário "sensatez orçamentária, aumento da competitividade e mais reformas". "Por favor não cometam o pior erro, o de não ser conscientes da gravidade da crise", advertiu.

A dois dias do último Conselho do BCE, Trichet reiterou suas previsões de um crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos meses de 2011 na zona do euro.

Com relação à inflação, o presidente do BCE apontou que sua evolução em 2012 será inferior a deste ano. "Os preços se manterão acima de 2% nos próximos meses, mas a inflação estará abaixo desse nível em 2012", acrescentou .

Trichet evitou se estender nas respostas a perguntas dos parlamentares sobre a compra de bônus italianos e espanhóis no mercado secundário.

O presidente do BCE repassou os últimos anos à frente do BCE e destacou a ortodoxia na estabilidade dos preços. Para isso, assinalou que na última década "os preços se mantiveram estáveis em torno de 2%".

Trichet destacou a independência da instituição e pediu a seus sucessores que continuem prestando contas de suas decisões regularmente ao Parlamento.

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