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Presidente destituído da Coreia do Sul resiste à prisão

Yoon Suk-yeol perdeu o mandato após impeachment; país entrou em crise depois que ele decretou lei marcial que foi revogada horas depois

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 11h18.

Última atualização em 6 de janeiro de 2025 às 11h33.

O presidente sul-coreano destituído, Yoon Suk Yeol, continua resistindo à ordem de prisão contra ele nesta segunda-feira, 6, poucas horas antes de expirar oficialmente o prazo para executá-la.

Yoon, destituído pelo Parlamento, recusou-se três vezes a ser interrogado sobre a sua tentativa fracassada no mês passado de declarar a lei marcial e permanece trancado em sua residência, rodeado por centenas de guardas do seu serviço de segurança que impedem a sua prisão.

Os investigadores anticorrupção que tratam do caso vão solicitar a prorrogação do prazo para a sua detenção, que inicialmente expira às 15h00 GMT (12h00 no horário de Brasília) desta segunda-feira, e pediram apoio à polícia.

"A validade da ordem expira hoje [segunda-feira]. Planejamos solicitar uma prorrogação ao tribunal", disse Lee Jae-seung, subdiretor do Escritório de Investigações de Corrupção de Altos Funcionários (CIO), a agência governamental que investiga e processa casos de corrupção.

Na sexta-feira, o serviço de segurança do presidente impediu que os investigadores tivessem acesso à sua casa em Seul, capital sul-coreana, após horas de tensão.

"Também consideraremos a opção de prender qualquer membro do serviço de segurança presidencial durante a execução de uma segunda ordem", disse um oficial da polícia nesta segunda-feira, sob condição de anonimato.

O Partido Democrático, da oposição, pediu a dissolução do serviço de segurança que protege o presidente destituído.

Embora ainda não tenham conseguido interrogar Yoon, os investigadores acusaram os principais oficiais militares por trás do plano de impor a lei marcial.

Nesta segunda-feira, os promotores acusaram Moon Sang-ho, comandante da Inteligência de Defesa, de insurreição e abuso de poder.

Manifestações a favor e contra

A decisão de declarar a lei marcial em 3 de dezembro, que vigorou apenas por algumas horas, mergulhou a Coreia do Sul na sua pior crise política em décadas e poderá levar Yoon à prisão ou até mesmo ser condenado à morte, se necessário. Mas ele e seus apoiadores permanecem desafiadores.

"Protegeremos o serviço de segurança presidencial até meia-noite", disse Kim Soo-yong, 62 anos, um dos organizadores de uma manifestação a favor do presidente. "Se receber outra ordem [de prisão], nós voltaremos".

"Ele está aqui há mais tempo que o CIO. Não faz sentido eles não poderem fazer isso. Eles precisam prendê-lo agora", disse Kim Ah-young, de 30 anos, que participa de protestos contra Yoon.
Neste contexto, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, chegou a Seul nesta segunda-feira, mas não se encontrou com Yoon.

O Tribunal Constitucional sul-coreano planeja iniciar o julgamento de Yoon em 14 de janeiro. Caso ele não compareça, será realizado na sua ausência.

Um relatório dos promotores, visto pela AFP, diz que Yoon ignorou as objeções de vários ministros de seu gabinete e decidiu declarar a lei marcial.

O Tribunal Constitucional tem até 180 dias para determinar se deve destituir Yoon do cargo de presidente ou restaurar os seus poderes.

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