Mundo

Presidente de Portugal deve convocar eleições antecipadas

Processo de substituição de José Sócrates pode ser decidido ainda hoje

De acordo com a lei eleitoral portuguesa, as eleições para primeiro-ministro podem ser realizadas a partir do fim de maio (Getty Images)

De acordo com a lei eleitoral portuguesa, as eleições para primeiro-ministro podem ser realizadas a partir do fim de maio (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2011 às 08h20.

Lisboa - O presidente de Portugal deve decidir nesta quinta-feira quando realizar uma eleição antecipada após a renúncia do primeiro-ministro, dando a largada em uma campanha que deve se concentrar na crise de dívida do país, que pode levar a um pacote de resgate.

O presidente convocou uma reunião do conselho de Estado - um órgão de aconselhamento formado por figuras políticas de alto escalão - para decidir os próximos passos a serem tomados nesta crise, que levaram os rendimentos a serem pagos por quem compra títulos da dívida portuguesa a novas altas recordes no período pós-euro nesta semana.

O conselho se reunirá às 11h (horário de Brasília) e depois deste encontro o presidente Aníbal Cavaco Silva deve decidir pela realização de eleições, como têm pedido os partidos de oposição e até mesmo o governista Partido Socialista.

Os partidos rejeitaram a ideia de um gabinete de coalizão para evitar a eleição, e também descartaram a formação de alianças pré-eleitorais, o que enfatiza a dramática alta na polarização e antagonismo entre as legendas.

Eles pediram que o presidente convoque eleições o mais rápido possível. De acordo com a lei eleitoral portuguesa, as eleições podem ser realizadas a partir do fim de maio.

A crise levou à renúncia do primeiro-ministro José Sócrates na semana passada, após o Parlamento rejeitar um plano de austeridade, o que provocou rebaixamentos da nota do país por agências de classificação de risco, que afirmaram que um pacote de resgate financeiro do país é agora mais provável.

No entanto, a perspectiva de curto prazo está nebulosa, já que o governo de Sócrates deve quase certamente permanecer em caráter interino até a eleição, o que deve prejudicar a capacidade do governo de buscar um pacote de resgate, mesmo que a situação de financiamento se deteriore ainda mais.

Economistas têm se concentrado em dois grandes pagamentos de dívida nos próximos meses. A maioria deles afirma que o país levantou recursos suficientes neste ano para poder honrar cerca de 4 bilhões de euros (5,63 bilhões de dólares) em abril.

Mas outros afirmam que o país ainda precisa conseguir dinheiro para pagar quase 5 bilhões de euros em junho, o que pode se provar proibitivamente caro ou sem atratividade para os investidores.

Sócrates insiste que o país conseguirá honrar esses pagamentos sem precisar de um pacote de resgate, mas o líder do principal partido de oposição, o Social Democrata, disse à Reuters que seu partido, que lidera as pesquisas de opinião, consideraria apoiar um pedido de um empréstimo-ponte caso a crise financeira se agrave.

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasEuropaPiigsPolíticaPortugal

Mais de Mundo

Sobe para 25 o número de mortos em explosões de walkie-talkies do Hezbollah

Exército do Líbano detona dispositivos de comunicação 'suspeitos' após onda de explosões

Parlamento Europeu reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela

Colômbia suspende diálogo com ELN após ataque a base militar