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Presidente de Honduras sinaliza que deve conceder anistia a Zelaya

O ex-presidente fugiu Honduras no começo de janeiro e desde então vive na República Dominicana, com medo de ser preso caso retorne

Zelaya foi deposto do poder por meio de uma ação organizada por integrantes da Suprema Corte, das Forças Armadas e do Legislativo (Alex Wong/Getty Images)

Zelaya foi deposto do poder por meio de uma ação organizada por integrantes da Suprema Corte, das Forças Armadas e do Legislativo (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2011 às 07h05.

Brasília – Em busca da reintegração de Honduras na Organização dos Estados Americanos (OEA) e do reconhecimento de seu governo pela comunidade internacional, o presidente hondurenho, Porfirio Pepe Lobo, sinalizou que pretende conceder anistia ao ex-presidente Manuel Zelaya, deposto em 2009. A iniciativa é considerada fundamental pelo governo da presidenta Dilma Rousseff e pela OEA.

As informações são da Presidência de Honduras e da Agência Venezuelana de Notícias (AVN), a imprensa oficial do país. “Aqui nada ganhamos se seguirmos confrontando os erros cometidos, não se pode apontar os culpados. Vamos olhar para a frente e não fazer nada para nos prejudicar " , disse Pepe Lobo, depois de participar do aniversário de 80 anos da Força Aérea de Honduras.

Ele afirmou ainda que a decisão de Zelaya de regressar ao país depende dele. O ex-presidente deixou Honduras no começo de janeiro e desde então vive na República Dominicana, mas alega que não pode retornar ao seu país porque porque corre o risco de ser preso. Mas o presidente negou a possibilidade. “Se o ex-presidente regressa ou não, é uma decisão dele.”

O assunto, segundo Pepe Lobo, será tema de uma reunião com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, que contará também com a participação de Zelaya. O presidente hondurenho não disse quando ocorrerá o encontro, mas avisou que quer que ocorra logo. No último dia 9, Pepe Lobo, Chávez e Santos se reuniram em Cartagena das Índias, na Colômbia , para discutir o tema e de lá o hondurenho conversou, por telefone, com Zelaya.

Em recente carta aberta aos aliados, Zelaya disse que continua vigilante para o desenvolvimento desse processo. Segundo ele, é a oportunidade de restaurar as instituições democráticas em Honduras.

Desde julho de 2009, Honduras está suspensa da OEA. A suspensão ocorreu depois que Zelaya foi deposto do poder por meio de uma ação organizada por integrantes da Suprema Corte, das Forças Armadas e do Legislativo. Para a entidade, houve um golpe de Estado contra Zelaya, que foi democraticamente eleito.

Depois de deposto, ele deixou o país e voltou, quando recebeu abrigo na sede da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, a capital de Honduras. O ex-presidente passou cerca de quatro meses na representação brasileira acompanhado por vários aliados políticos. Um acordo internacional, que contou com o apoio de Pepe Lobo, permitiu a saída de Zelaya em direção à República Dominicana.

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