Mundo

Presidente da Ucrânia visita cidade em meio a cessar-fogo

Petro Poroshenko visitou a cidade portuária de Mariupol e prometeu “uma derrota esmagadora” sobre os rebeldes pró-Rússia

Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, se encontra com soldados ucranianos em Mariupol nesta segunda-feira (Mykola Lazarenko/Divulgação via Reuters)

Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, se encontra com soldados ucranianos em Mariupol nesta segunda-feira (Mykola Lazarenko/Divulgação via Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2014 às 18h33.

Mariupol/Donetsk - O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, visitou a cidade portuária de Mariupol, no leste ucraniano, nesta segunda-feira, e prometeu “uma derrota esmagadora” sobre os rebeldes pró-Rússia reunidos no limiar da cidade se estes tentarem avançar, violando o acordo de cessar-fogo em vigor.

“Ordenei (aos militares) que garantam a defesa de Mariupol com howitzers (peça de artilharia), múltiplos lançadores de foguetes, tanques, armamento anti-tanque e cobertura aérea”, declarou Poroshenko a uma plateia de metalúrgicos no porto próximo da divisa com a Rússia.

O cessar-fogo, que entrou em vigor na noite de sexta-feira, é parte de um plano de paz cuja meta é encerrar o conflito de cinco meses que o enviado de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) disse já ter matado mais de três mil pessoas.

A trégua se mantinha em grande parte nesta segunda-feira, embora os dois lados tenham se acusado de bombardeios esporádicos, inclusive em Mariupol, pouco depois da chegada do presidente na cidade de cerca de meio milhão de habitantes.

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que monitora o cessar-fogo, exortou as partes a buscar um “avanço” político, embora o governo e os rebeldes divirjam muito sobre o futuro do leste ucraniano, onde os separatistas não aceitam o comando de Kiev.

"Mariupol era, é e sempre será ucraniana”, afirmou Poroshenko. “O inimigo sofrerá uma derrota esmagadora”.

Mas o mandatário concordou com o cessar-fogo e um plano de paz mais abrangente depois que os rebeldes – apoiados pelo poder de fogo russo, afirma Kiev, mesmo diante das negativas russas – obtiveram grandes conquistas no campo de batalha recentemente.

Fragilidade

A Suíça, na presidência rotativa da OSCE, descreveu o cessar-fogo como “frágil” e afirmou que os próximos dias serão cruciais.

O presidente suíço, Didier Burkhalter, disse que a trégua por si só não basta, acrescentando: “Todos os envolvidos precisam realmente se esforçar para concretizar um avanço (político)”.

Após sua visita a Mariupol, Poroshenko afirmou que vários países da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordaram em fornecer armas diretamente para a Ucrânia durante a cúpula anual da entidade no País de Gales, na semana passada.

Mais cedo, o porta-voz militar ucraniano, Andriy Lysenko, declarou em um informe à imprensa em Kiev que as forças ucranianas estão mantendo o cessar-fogo, exceto em casos de autodefesa, e que permanecem em suas posições desde sexta-feira.

Lysenko disse nesta segunda-feira que a Ucrânia não detectou sinais de movimentação de tropas da Rússia ao longo da fronteira nas últimas 24 horas.

Em Donetsk, bastião dos rebeldes no leste ucraniano, as autoridades declararam a segunda-feira um feriado público para marcar a expulsão dos “fascistas” de Donbass, região altamente industrializada onde a maioria da população fala russo.

Os separatistas vêm usando a palavra “fascista” para indicar o governo central de Kiev desde que Viktor Yanukovich, antecessor de Poroshenko que era apoiado por Moscou, fugiu para a Rússia em fevereiro depois de meses de manifestações antigoverno na capital ucraniana.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaGuerrasPolíticaUcrânia

Mais de Mundo

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"