Petro Poroshenko, o presidente da Ucrânia, durante discurso em Kiev (David Mdzinarishvili/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2014 às 18h41.
Kiev - O novo presidente eleito da Ucrânia, Petro Poroshenko, quer assinar um acordo de comércio histórico com a União Europeia logo depois da sua posse como chefe de Estado, informou o seu gabinete nesta quarta-feira, depois que autoridades do bloco europeu insinuaram que poder haver algum atraso na assinatura.
O acordo de comércio proposto esteve no centro da crise política da Ucrânia nos últimos seis meses, já que o ex-mandatário Viktor Yanukovich recusou o acordo no último momento em favor de uma aproximação maior com a Rússia.
A sua decisão de esnobar a UE e buscar um resgate financeiro de 15 bilhões de dólares com Moscou desencadeou os protestos que levaram à sua deposição.
Poroshenko, um bilionário dono de uma marca de chocolate que venceu de forma inédita no primeiro turno da eleição presidencial ucraniana no domingo, prometeu alinhar sua ex-república soviética de 45 milhões de habitantes com a União Europeia.
"Petro Poroshenko considera essencial não adiar a assinatura da parte econômica do acordo de associação entre Ucrânia e União Europeia”, declarou o seu gabinete em um comunicado enviado à Reuters. “Na sua opinião, tal assinatura poderia ocorrer imediatamente depois da posse do novo presidente da Ucrânia”.
A data da cerimônia ainda não foi marcada, mas deve acontecer em meados de junho.
Mais cedo nesta quarta-feira, um oficial da UE disse que as autoridades ucranianas indicaram ao bloco de 28 nações que precisaria de “um pouco de tempo para ver como querem proceder (com o acordo de comércio com a UE)”.
Autoridades do bloco disseram que Poroshenko sentiu que precisava de algum respiro para lidar com os problemas internos da Ucrânia e não quer parecer que foi forçado a assinar o acordo prematuramente.
Desde a eleição, forças do governo ucraniano montaram uma grande ofensiva militar contra separatistas pró-Rússia em Donetsk, no leste do país, que estabeleceram uma “república popular” e se recusaram a aceitar a autoridade de Kiev.
Líderes da UE assinaram partes do acordo com a Ucrânia que lidam com a cooperação política em março, dando apoio ao país pouco depois da anexação russa da Crimeia.
Eles adiaram a assinatura das partes mais substanciais sobre livre comércio até que a Ucrânia escolhesse um novo presidente, embora tenham concedido benefícios comerciais temporários.
Algumas autoridades da União Europeia expressaram a esperança de que o acordo possa ser firmado em uma cúpula da organização em Bruxelas no dia 27 de junho, quando Geórgia e Moldávia planejam assinar acordos semelhantes.