Mundo

Presidente da Ucrânia diz para UE não se envolver em prisão

Viktor Yanukovich disse que bloco deve parar de se envolver no destino de sua rival, a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko

Homem é visto com bandeiras da União Europeia e da Ucrânia durante manifestação para apoiar a integração do país com o bloco, em Kiev (Vasily Fedosenko/Reuters)

Homem é visto com bandeiras da União Europeia e da Ucrânia durante manifestação para apoiar a integração do país com o bloco, em Kiev (Vasily Fedosenko/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 16h41.

Kiev - O presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, disse que a União Europeia (UE) deve parar de se envolver no destino de sua rival, a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, e que a prisão dela não deve atrapalhar a integração da Ucrânia com a Europa.

O presidente afirmou que Yulia, que ajudou a arquitetar a Revolução Laranja (2004-2005) que impediu a primeira tentativa de Yanukovich de se tornar presidente, faz parte de um grupo de criminosos e que o destino dela deve ficar nas mãos dos juízes ucranianos.

A prisão de Yulia simboliza o que a UE tem chamado de uso de justiça seletiva por Kiev, e os comentários do presidente vão de encontro aos esforços diplomáticos intensos do bloco pela libertação da política.

Yanukovich prometeu comparecer a uma reunião com a UE nesta semana, apesar de sua súbita decisão de voltar atrás num acordo com o bloco europeu.

A viagem para a reunião na capital da Lituânia, Vilnius, pode ser uma tentativa de acalmar os ânimos na Ucrânia, uma vez que houve forte oposição e protestos contra a decisão do presidente sobre a desistência do acordo com a UE.

Ele também pode estar sinalizando a sua intenção de focar nos laços econômicos entre Ucrânia e Europa, mesmo sem maiores compromissos políticos.

Entretanto, seus comentários sobre Yulia poderão causar tensão com líderes europeus em Vilnius, particularmente com a chanceler alemã, Angela Merkel.

"O tema Yulia Tymoshenko não deve ser uma dificuldade para a integração da Ucrânia com a Europa", disse Yanukovich em entrevista transmitida nesta quarta-feira, mas gravada na véspera.

"Os tribunais vão dar a resposta. O que a União Europeia tem a ver com isso? A UE é um tribunal?", indagou.

A Alemanha estava disposta a aceita Yulia para um tratamento de problemas crônicos nas costas sob um compromisso que estava sendo costurado por uma missão humanitária europeia. Isso, no entanto, fracassou juntamente à assinatura do acordo da Ucrânia com a UE.

O acordo, que, segundo o presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, foi impedido por "pressão e chantagem" da Rússia, teria marcado uma aproximação definitiva entre o Ocidente e a Ucrânia, distanciando Kiev de Moscou.

A UE acusou a Rússia de pressionar Kiev a não assinar o acordo.

Acompanhe tudo sobre:EuropaPrisõesUcrâniaUnião EuropeiaViolência política

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado