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Presidente da Ucrânia abre caminho para eleições antecipadas

Líderes da oposição ucraniana assinaram um acordo de paz, mediado pela União Europeia (UE), com o presidente Viktor Yanukovich

O presidente da Ucrânia, Vicktor Yanukovich, e líderes da oposição participam de cerimônia de assinatura de um acordo, mediado pela União Europeia, para encerrar a violência em Kiev (Reuters)

O presidente da Ucrânia, Vicktor Yanukovich, e líderes da oposição participam de cerimônia de assinatura de um acordo, mediado pela União Europeia, para encerrar a violência em Kiev (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 20h53.

Kiev - Líderes da oposição ucraniana assinaram um acordo de paz, mediado pela União Europeia (UE), com o presidente Viktor Yanukovich nesta sexta-feira, com o objetivo de terminar com a violência que já deixou dezenas de mortos e abrindo caminho para uma eleição presidencial antecipada neste ano.

Yanukovich, apoiado pela Rússia e pressionado para renunciar pelos protestos em Kiev, ofereceu uma série de concessões aos seus adversários pró-Europa, incluindo um governo de unidade nacional, mudanças constitucionais para reduzir os seus poderes, além do pleito presidencial.

O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que o acordo prevê a criação de um governo de unidade nacional e eleições presidenciais antecipadas neste ano, apesar de nenhuma data haver sido fixada. O pleito estava antes previsto para março de 2015.

Um correspondente da Reuters presente na assinatura do acordo, na sede do governo, disse que Yanukovich não sorriu durante a cerimônia que durou alguns minutos.

Um dos mediadores da UE, o ministro Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, descreveu o acordo como um "bom entendimento para a Ucrânia". Numa mensagem pelo Twitter, ele disse que o acordo era uma chance para a paz, que abria "o caminho para reforma e para a Europa".

A Ucrânia está no meio de uma disputa diplomática entre a Rússia e a UE. Pelo menos 77 pessoas morreram nesta semana na pior onda de violência do país desde que ele se tornou independente da União Soviética em 1991.


"Não há medidas que não possamos tomar para restaurar a paz na Ucrânia", afirmou Yanukovich, quando anunciava as suas concessões antes que o acordo fosse assinado. "Eu anuncio que estou encaminhando eleições antecipadas." Yanukovich disse que a Ucrânia iria voltar para uma antiga Constituição, sob a qual o Parlamento tinha maior controle sobre a composição governo, incluindo o cargo de primeiro-ministro.

"Eu faço um chamado para o início dos procedimentos para a formação de um governo de unidade nacional", disse o presidente.

Mais cedo, um porta-voz do Ministério do Exterior da Polônia afirmou que uma comissão dos manifestantes que ocupam a Praça da Independência em Kiev apoiou o acordo.

O conselho "votou a favor da assinatura do acordo pelos três líderes de oposição", disse Marcin Wojciechowski, porta-voz do ministério, pelo Twitter.

Os ministros de Relações Exteriores da Alemanha e da Polônia estavam em Kiev para promover um acordo que terminasse com a violência e os confrontos entre policiais de choque e manifestantes contrários ao governo.

Antes que o acordo fosse assinado, a polícia chegou a entrar no Parlamento, onde havia uma sessão de emergência, mas foram rapidamente retirados do local, disse Arseny Yatsenyuk, líder da oposição. Parlamentares trocaram socos quando o presidente da Casa tentou interromper a sessão.

O Parlamento da Ucrânia votou nesta sexta, por ampla maioria, a favor de retornar à Constituição de 2004, sob a qual o presidente Yanukovich perde parte de seus poderes.

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