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Presidente da Tanzânia demite ministros por crime ambiental

As demissões ocorreram após relatos de assassinatos arbitrários, estupro, tortura e extorsão de civis inocentes por membros da repressão aos crimes ambientais

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2013 às 10h59.

O presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, demitiu quatro ministros na esteira de acusações de abusos cometidos por forças de segurança durante uma grande operação contra o roubo de espécies animais.

As demissões, que não afetaram as pastas cruciais de finanças e energia, ocorreram após relatos de assassinatos arbitrários, estupro, tortura e extorsão de civis inocentes por parte de membros da repressão aos crimes ambientais apelidada de "Operesheni Tokomeza" (Operação Destrua).

Kikwete despediu o ministro da Defesa, Shamsi Vuai Nahodha, o ministro de Assuntos Internos, Emmanuel Nchimbi, o ministro de Turismo e Recursos Minerias, Khamis Kagasheki e o ministro do Desenvolvimento Agropecuário, David Mathayo.

"O presidente concordou em anular as indicações de todos os quatro ministros", anunciou o primeiro-ministro, Mizengo Pinda, no parlamento no final de sexta-feira, sob aplauso dos legisladores.

"A operação contra os crimes ambientais teve boas intenções, mas os assassinatos, estupros e a brutalidade relatados são totalmente inaceitáveis." As demissões se seguem a um inquérito parlamentar que descobriu o assassinato de 13 civis, prisões de mais de mil pessoas e outros abusos de membros da operação, incluindo soldados, policiais, patrulheiros e autoridades florestais.

Kikwete demitiu seis ministros no ano passado, entre eles os ocupantes das cadeiras de finanças e energia, por conta do descontentamento crescente do público e da oposição com as alegações de corrupção.

Investidores se queixam há muito tempo de que a corrupção é uma das principais razões do alto custo dos negócios na Tanzânia, que fez grandes descobertas de gás natural em sua costa sul.

A mais recente intervenção do presidente contra autoridades acusadas de abusar de suas funções reforça sua posição para as eleições parlamentares e presidenciais de 2015.

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