Sergio Mattarella: país tem problemático sistema eleitoral (Edgard Garrido/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 08h49.
Roma - O presidente da República italiana, Sergio Mattarella, prosseguiu nesta sexta-feira com sua rodada de consultas para tentar encarregar a formação de um novo governo após a renúncia do primeiro-ministro Matteo Renzi, negociações que terminarão amanhã.
As consultas do chefe do Estado foram retomadas às 10h local (7h, em Brasília), com um encontro com os representantes do Grupo Misto do Senado e da câmara dos Deputados.
As reuniões foram realizadas a portas fechadas no palácio romano do Quirinale, sede da presidência, e neste segundo dia ocorrerão 16 encontros.
Hoje serão convocados essencialmente os responsáveis das formações que conformam o Grupo Misto como "FARE!", "Conservadores e Reformistas", o Partido Socialista, o Movimento "Pensiero e Azione" e a "União Sul-Americana Emigrados Italianos".
Também passarão pelo Quirinale os representantes da ultradireitista "Fratelli d'Itália".
A xenófoba Liga Norte, prevista para a rodada de amanhã, antecipou seu turno e se reunirá hoje com o chefe do Estado.
A ideia é formar um governo que continue com a legislatura pelo menos por um tempo e evitar assim convocar eleições, devido essencialmente ao problemático sistema eleitoral vigente no país, que deverá ser reformado pelo novo Executivo.
Os analistas apontam que Mattarella trabalha com três opções: convocar um governo de união nacional, encarregar um candidato a buscar o apoio de uma maioria de legisladores ou pedir a Renzi que continue no cargo pelo menos até que haja uma reforma da lei eleitoral.
Amanhã, sábado, vai acontecer a última rodada de consultas e Mattarella se verá com expoentes dos grandes partidos, como o Partido Democrata (PD, centro-esquerda), a conservadora Força Itália, o Movimento Cinco Estrelas ou o novo Centro-direita.
As consultas foram iniciadas depois que Mattarella acolheu "com reservas" a renúncia de Renzi após seu fracasso no referendo constitucional de domingo, por isso que o político social-democrata continua interino até que acabe esta etapa.