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Presidente da Itália marca reunião com líderes do M5E e da Liga

País se voltou para sua primeira administração populista, à medida que a Liga e o M5S indicaram Giuseppe Conte, sem experiência política, como premiê

Sergio Mattarella: caso presidente apoie o indicado pela Liga e pelo M5S, o nome de Conte seguiria para uma votação de confiança (Palácio Presidencial Italiano/Divulgação/Reuters)

Sergio Mattarella: caso presidente apoie o indicado pela Liga e pelo M5S, o nome de Conte seguiria para uma votação de confiança (Palácio Presidencial Italiano/Divulgação/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2018 às 19h52.

Última atualização em 21 de maio de 2018 às 19h52.

Roma - O presidente da Itália, Sergio Mattarella, agendou reuniões com os líderes do Movimento 5 Estrelas e da Liga nesta terça-feira, com a finalidade de debater a formação de um governo entre as duas siglas.

Nesta segunda-feira, a Itália se voltou para a sua primeira administração populista, à medida que a Liga e o M5S indicaram o professor de direito Giuseppe Conte, sem experiência política, para ocupar o cargo de primeiro-ministro do país.

O líder do M5S, Luigi Di Maio, disse que Conte seria "um premiê político de um governo político". Após uma reunião separada com o presidente, o líder da Liga, Matteo Salvini, disse que Conte se tornou especialista em contar a burocracia, "que é o que muitas empresas estão pedindo". Cabe a Mattarella aceitar Conte no cargo.

O professor não participou das campanhas para as eleições gerais italianas, em março, nem na elaboração do programa de governo que ele supervisionaria.

Conte, que foi apresentado inicialmente pelo M5S como possível ministro da Administração Pública, disse que tradicionalmente votava alinhado com partidos de esquerda, mas ressaltou que "esses esquemas ideológicos não são mais válidos".

Caso Mattarella apoie o indicado pela Liga e pelo M5S, o nome de Conte seguiria para uma votação de confiança nas duas casas do Parlamento italiano.

A perspectiva de um governo entre os dois partidos pesou no mercado acionário italiano e gerou uma onda vendedora dos títulos da dívida pública do país. O mais preocupante para os mercados é a agenda do governo dos dois partidos, revelada na semana passada.

O programa inclui um retrocesso na reforma previdenciária, um salário mínimo para italianos em dificuldades e a introdução de um imposto fico. As políticas contribuiriam para uma grande expansão fiscal, fruto de preocupação por parte de economistas e formuladores de políticas da União Europeia.

Políticos franceses e alemães já estavam alertando que a estabilidade financeira da zona do euro poderia ser ameaçada se um governo populista violasse os compromissos de déficit da Itália.

"Se o novo governo correr o risco de não respeitar seus compromissos de dívida e de consolidação bancária, toda a estabilidade financeira da zona do euro será ameaçada", disse o ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire.

No entanto, Salvini, da Liga, rejeitou as preocupações. "Eles não têm com o que se preocupar. O governo que queremos formar quer fazer com que a Itália cresça e crie empregos, para trazer empresas que invistam no nosso país, para tornar o trabalho mais estável", disse. Fonte: Associated Press.

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