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Presidente da GM pede desculpas após acidentes fatais

A GM é objeto de investigações do departamento de Justiça, da Agência de Segurança nas Estradas (NHTSA, sigla em inglês) e do Congresso

Mary Barra, presidente da General Motors, em audiência no Congresso norte-americano: "A GM de hoje fará o que for correto" (AFP)

Mary Barra, presidente da General Motors, em audiência no Congresso norte-americano: "A GM de hoje fará o que for correto" (AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 21h18.

A presidente da General Motors, Mary Barra, se desculpou nesta terça-feira pelos erros do grupo relacionados a diversos problemas mecânicos em veículos, que causaram 13 acidentes fatais, e garantiu ao Congresso que a empresa "fará o que for correto".

A GM é objeto de investigações do departamento de Justiça, da Agência de Segurança nas Estradas (NHTSA, sigla em inglês) e do Congresso.

O último recall da montadora, anunciado na véspera, envolve 1,5 milhão de veículos no mundo todo, devido a um problema na direção hidráulica.

No total, a GM chamou para revisão 6 milhões de veículos desde o início de 2014, incluindo alguns para dois recalls diferentes.

O problema mais grave envolve os airbags dos modelos Cobalt, Pontiac 5, Saturn Ion, Sky e Solstice produzidos entre 2003 e 2011, totalizando 2,6 milhões de veículos e associado a diversas mortes.

O caso é agravado pela reação tardia da GM, que conhecia o problema desde 2001.

Barra destacou que a GM realiza uma ampla investigação para determinar responsabilidades e que aplica mudanças profundas contra uma cultura focada no "custo" da segurança e da qualidade.

"A GM de hoje fará o que for correto", garantiu Barra diante de uma comissão do Comitê de Energia e Comércio da Câmara de Representantes, em Washington.

"Isto começa com minhas sinceras desculpas a cada um que tenha sido afetado por este recall. Estou muito aflita" com a situação.

Segundo os legisladores, documentos internos revelam que a GM decidiu - a princípio - não substituir as peças com defeito porque a operação teria um alto custo.

"Isto não é algo aceitável", estimou Barra.


"O preço da vida"

Parentes das vítimas dos acidentes realizaram uma manifestação diante do prédio do Congresso, onde exibiram fotos dos entes queridos mortos e exigiram que a GM seja responsabilizada.

"Nossas filhas, filhos, irmãs, irmãos, mães, pais, esposas e esposos já não estão aqui porque era caro" salvá-los, "ao estilo da GM", disse Laura Christian.

A filha de Christian, Amber Marie Rose, 16 anos, morreu em 2005 quando o airbag de um Chevrolet Cobalt não inflou durante um acidente.

A GM concluiu em fevereiro passado que o problema tinha origem na chave de ignição, que voltava à posição de "parado" enquanto o veículo estava em movimento. Com a chave na posição de "parado" os airbags não podem se inflar.

Analistas estimam que a GM terá que pagar bilhões de dólares em multas e indenizações, além do custo do reparo de milhões de veículos.

Os legisladores argumentaram que as mortes poderiam ter sido evitadas se a GM tivesse agido para solucionar um problema sério mas barato.

"Dois dólares: este era o custo para reparar o problema na chave", disse o senador Ed Markey. "Mas estes dois dólares, aparentemente, eram muito para a General Motors".

Barra lembrou que "há mais de uma década, a GM embarcou em um programa de carros pequenos" e que "hoje não sabe dizer porque levou anos para solucionar um problema de segurança surgido neste programa".

"Quando tivermos as respostas, seremos completamente transparentes com vocês, com nossos reguladores e com nossos clientes".

A GM contratou o advogado Kenneth Feinberg - que se encarregou das indenizações do 11 de Setembro e do vazamento de petróleo da BP no Golfo do México - para analisar como indenizar as famílias e as vítimas dos acidentes.

"Entendemos que também temos responsabilidades civis", acrescentou Barra.

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