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Presidente da Croácia é favorito à reeleição no domingo

A poucos dias da eleição, pesquisas preveem vitória de Ivo Josipovic como candidato do Partido Social-Democrata (SDP) em coligação com 16 legendas


	Ivo Josipivic: ele é o chefe de Estado com o qual a Croácia entrou na União Europeia em julho de 2013
 (Jean-Christophe Verhaegen/AFP)

Ivo Josipivic: ele é o chefe de Estado com o qual a Croácia entrou na União Europeia em julho de 2013 (Jean-Christophe Verhaegen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2014 às 16h20.

Zagreb - O atual presidente da Croácia, Ivo Josipovic, professor de Direito e músico, parte como favorito à reeleição no pleito que será realizado neste domingo.

A poucos dias da eleição, as pesquisas preveem a vitória de Josipovic - chefe de Estado com o qual a Croácia entrou na União Europeia (UE) em julho de 2013 - como candidato do Partido Social-Democrata (SDP) em coligação com 16 legendas de centro e esquerda.

Seu principal adversário é a diplomata e funcionária da Otan Kolinda Grabar-Kitarovic, candidata da União Democrática Croata (HDZ) em conjunto com outros sete partidos de direita.

Concorrem também Milan Kujundzic, com o apoio de um partido direitista, e o jovem Ivan Sincic, líder de uma associação que luta contra despejos forçados e outras formas de abusos aos direitos sociais.

Segundo as pesquisas, Josipovic venceria com 46% dos votos, seguido de Grabar-Kitarovic, com 35%. Sincic e Kujundzic ficariam muito atrás, com 9% e 7%, respectivamente.

A campanha eleitoral se desenvolveu em meio a uma depressão geral pelo sexto ano de recessão, de modo que a crise econômica e um acentuado patriotismo foram seus temas principais.

"Campanha suja e breve, com muito pouca política séria", disse o redator-chefe do jornal "Jutarnji list", Davor Butkovic, em artigo que exclui Josipovic das más críticas.

Segundo o analista Mislav Bago, uma provável baixa participação pode favorecer Grabar-Kitarovic, ex-ministra das Relações Exteriores e atual secretária-geral adjunta da Otan.

Essa candidata e seu partido, HDZ, acusaram Josipovic não só de falta de patriotismo, mas inclusive de "alta traição", por ter tido "reuniões suspeitas" com o embaixador da Sérvia.

Muitos veteranos da guerra contra a Sérvia (1991-1995) criticam o governo do SDP e o presidente por supostamente "pisotear sua dignidade" e "igualar os agressores às vítimas da guerra".

Os organizadores desse contínuo protesto carente de reivindicações argumentadas manifestaram com simpatia e apoio a Grabar-Kitarovic.

A diplomata conservadora se uniu a eles em suas críticas contra a tentativa das autoridades de introduzir o sérvio como segundo idioma oficial em Vukovar, cidade com um doloroso passado bélico e uma expressiva minoria sérvia.

Todos os candidatos prometeram tirar o país da estagnação econômica.

Grabar-Kitarovic e Kujundzic centraram sua campanha em críticas a Josipovic por não ter obrigado o governo (SDP) a tomar medidas mais eficazes contra a crise.

"Não é difícil achar argumentos para criticar o governo atual, mas as competências do presidente, segundo a Constituição, são de caráter protocolar e não influenciam sobre a política econômica", comentou Butkovic à Agência Efe.

Segundo os cálculos da Comissão Europeia, Croácia registrará em 2014 um déficit de 0,7%, e em 2015 terá uma mínima recuperação de 0,2%.

O déficit público, de 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB), é considerado excessivo, como também a dívida pública, de quase 82% do PIB, e o desemprego, de cerca de 18% .

Grabar-Kitarovic prometeu "mostrar o punho" como presidente se o governo não conseguir melhorias rápidas, e Josipovic a reprovou por "não ter mostrado o punho" quando foi ministra no governo de Ivo Sanader, agora na prisão por escandalosos casos de corrupção.

Josipovic oferece um programa detalhado de mudanças constitucionais, que como presidente está autorizado a propor ao parlamento e que reformaria os sistemas eleitoral, administrativo e judicial.

Segundo o chefe de Estado, "as reformas firmarão as bases imprescindíveis para a recuperação".

O maior escândalo na campanha foi a descoberta, pela imprensa, de que Grabar-Kitarovic mentiu quando afirmou no meio do ano que tinha deixado a Otan para voltar à sua amada Croácia.

Os jornalistas só precisaram de uma ligação para a sede da Otan em Bruxelas para se inteirar que a candidata continua empregada na Aliança Atlântica.

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