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Presidente da Colômbia pede renúncia protocolar de gabinete

Santos se encontra em Nova York, onde participa da reunião da ONU, na qual 171 países assinarão um acordo climático para combater o aquecimento global


	Juan Manuel Santos: o ministro do Interior confirmou que o presidente pediu a renúncia coletiva "para poder reorganizar o governo"
 (Mike Segar/Reuters)

Juan Manuel Santos: o ministro do Interior confirmou que o presidente pediu a renúncia coletiva "para poder reorganizar o governo" (Mike Segar/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2016 às 17h38.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, pediu a "renúncia protocolar" a todos seus ministros para fazer uma reforma de seu gabinete - informou a Presidência nesta sexta-feira.

Santos se encontra em Nova York, onde participa da reunião da ONU, na qual 171 países assinarão um acordo climático para combater o aquecimento global. A Presidência informou que Manuel Santos deve se pronunciar à tarde.

De Barranquilla, o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, confirmou que o presidente pediu a renúncia coletiva "para poder reorganizar o governo".

"São mudanças totalmente normais. Estão-se completando dois anos deste segundo mandato. Estamos prestes a firmar a paz, há novas prioridades do governo, e é conveniente que o presidente tenha plena liberdade para poder compor uma equipe de governo que o acompanhe até o fim de seu mandato", disse Cristo à emissora BluRadio.

Depois de confirmar que também entrega o cargo nesta sexta, o ministro do Interior descartou qualquer crise no governo.

A renúncia plena do gabinete foi precedida da saída da ministra da Casa Civil, María Lorena Gutiérrez, conhecida na véspera, quando Santos já estava nos Estados Unidos. Ele chegou ao país na quarta-feira para participar da Sessão Especial da Assembleia da ONU sobre a Luta contra as Drogas (UNGASS).

Em entrevista quinta-feira ao jornal The New York Times, ao ser questionado sobre a saída de Gutiérrez, Santos disse que vários membros de seu gabinete "estão renunciando", porque "o governo precisa de mudanças".

"Ela (Gutiérrez) fechou seu ciclo. Outros encerrarão seu ciclo. Este é o início de uma série de mudanças que é preciso fazer no gabinete, agora que vamos assinar a paz - que eu espero que seja muito em breve", acrescentou o presidente, antecipando a notícia desta sexta.

"Opinião pública é muito volátil"

A reforma ministerial acontece no momento em que os índices de popularidade de Santos se encontram nos níveis mais baixos de seu mandato. Sua gestão começou em 2010 e, em 2014, ele foi reeleito para mais quatro anos.

Em março, na pesquisa "Colombia Opina", Manuel Santos recebia apenas 25% de opiniões favoráveis, enquanto o pessimismo em relação ao processo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) chegava a 60%.

Sobre isso, em entrevista à AFP esta semana, o presidente Santos afirmou que "a opinião pública é muito volátil" e que está "totalmente seguro (de) que parte desse pessimismo que tem neste momento não obedece a razões objetivas".

"Hoje, a Colômbia foi tirada de todas as listas negras. Todos os tratados de livre-comércio foram aprovados (...) então, o que há é motivo para sermos otimistas. Foi a falta de certeza em relação à paz que promoveu o pessimismo", analisou o presidente.

"Mas acho que, quando firmarmos a paz, isso pode mudar", sentenciou.

Em 2013, em seu primeiro mandato, o gabinete inteiro também renunciou para promover mudanças no governo. Naquele momento, o presidente atravessava uma forte crise por causa de protestos no campo e a poucos meses de anunciar se disputaria a reeleição.

Presidente de centro-direita, Santos está bem perto de pôr fim ao conflito armado no país. Há mais de 50 anos, guerrilhas de esquerda, paramilitares de direita e forças públicas se enfrentam, deixando 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,8 milhões de deslocados.

Nesse âmbito, o presidente Santos se encontra na reta final de um processo de paz com as Farc, principal guerrilha do país, e já anunciou o início de negociações formais com o Exército de Libertação Nacional (ELN).

Apesar de contar com amplo apoio internacional, esses diálogos são duramente questionados pelo predecessor de Santos, o ex-presidente e hoje senador Álvaro Uribe. Ele é um crítico ferrenho da maneira como o governo conduz as negociações.

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