Agência de notícias
Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 07h32.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2025 às 07h36.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou neste domingo, 9, que pediu a seus ministros e outros funcionários de alto escalão para colocarem seus cargos a disposição, em meio à profunda divisão de seu gabinete após uma tensa reunião realizada durante a semana.
"Solicitei a renúncia formal a ministras, ministros e diretores de departamentos administrativos. Haverá algumas mudanças no gabinete para alcançar maior conformidade com o programa ordenado pelo povo", escreveu Petro neste domingo na rede social X.
He solicitado renuncia protocolaria a ministras, ministros y directores de departamentos administrativos.
Habrá algunos cambios en el gabinete para lograr mayor cumplimiento en el programa ordenado por el pueblo.
El gobierno se concentrará completamente en el cumplimiento del…
— Gustavo Petro (@petrogustavo) February 9, 2025
Antes do anúncio do presidente, a ministra de Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, anfitriã da COP16 no ano passado, havia apresentado sua renúncia, somando-se a outros três altos funcionários de Petro que já tinham saído do governo depois de uma tensa reunião do Conselho de Ministros na terça-feira, que durou mais de cinco horas e foi televisionada ao vivo.
Nela, Petro repreendeu quase todos os ministros por falta de avanços na execução de projetos. Por outro lado, alguns funcionários, incluída a vice-presidente Francia Márquez, aproveitaram a ocasião para manifestar ao chefe de Estado sua rejeição pela indicação de Armando Benedetti como chefe de gabinete, e de Laura Sarabia como chanceler.
Até a noite de domingo, três ministros e dois funcionários de alto escalão renunciaram aos cargos. Aliados de longa data de Petro lhe disseram, diante das câmeras, que Benedetti e Sarabia estão distantes do projeto progressista que venceu as eleições em 2022, e os acusaram de obstaculizar a comunicação com o presidente.
Benedetti, cujas raízes políticas estão na margem oposta do projeto esquerdista de Petro, está sendo investigado por supostas irregularidades no financiamento da campanha presidencial e enfrenta uma denúncia por violência de gênero. Atualmente, ele comanda a agenda do presidente.
Já Sarabia, uma jovem de ascensão meteórica no governo, ocupando diversos cargos de alto escalão, foi citada na investigação do maior escândalo de corrupção no governo por desvio de recursos públicos e esteve envolvida em um caso por supostas escutas ilegais contra sua babá.
Ela assumiu o comando da chancelaria em meio a uma crise diplomática momentânea com o governo de Donald Trump depois que Petro se recusou a receber um avião americano com deportados colombianos
Na noite de domingo, a ministra do Trabalho, Gloria Ramírez, anunciou sua "renúncia irrevogável" ao cargo em sua conta no X. "A política deve transitar sem sectarismos e sem ambiguidades", escreveu em sua carta de renúncia.
Comparto con ustedes mi Renuncia irrevocable al cargo de Ministra del Trabajo.
Le expreso al Señor Presidente de la República @petrogustavo, mi gratitud por haberme permitido participar y construir a su lado y en colectivo una agenda política a favor de millones de trabajadores y… pic.twitter.com/2QXQJMyM6r— GloriaRamirezRios (@GloriaRamirezRi) February 10, 2025
Mais cedo, antes do pedido de Petro, a ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, também renunciou. Com ela, quatro funcionários de alto escalão do governo Petro pediram demissão esta semana.
Outras renúncias de alto perfil ocorridas durante a semana incluem a de Jorge Rojas, chefe do DAPRE, uma entidade que recebe grande quantidade de recursos do Estado, a do ministro da Cultura, Juan David Correa, e da secretária jurídica da Presidência, Paula Robledo.