Washington: EUA não vivia uma situação semelhante desde 1996, mas polarização do Congresso desencadeou situação excepcional que aumenta o temor de uma falta de acordo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2013 às 17h08.
Washington - O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, assegurou aos colegas de partido que está disposto a tomar as medidas necessárias para que o país não entre em moratória no dia 17 de Outubro, informou nesta quinta-feira o jornal "The New York Times".
De acordo com o jornal, que cita fontes republicanas em condição de anonimato, Boehner estaria disposto a violar a chamada Regra Hastert, uma norma informal adotada pelos republicanos e que consiste em não submeter uma lei ao voto na câmara sem o apoio majoritário da própria maioria.
O porta-voz de Boehner, Michael Steel, não quis confirmar os detalhes das conversas que o presidente da câmara manteve com os congressistas conservadores nos últimos dias, embora tenha ressaltado que o mesmo sempre achou que a falta de pagamento da dívida federal deveria ser evitada.
"Boehner sempre disse que os Estados Unidos não entrariam em moratória, mas que, se fossem elevar o limite da dívida, teriam que fazer frente a suas causas e ao déficit", declarou Steel.
Desta forma, cabe a Boehner tentar aprovar um aumento do limite da dívida com uma pouca maioria de votos republicanos e que os democratas consigam inclinar a balança, como ocorreu no passado com as medidas orçamentárias.
Precisamente, os EUA se encontram hoje em seu terceiro dia de paralisação parcial das agências federais, depois que a câmara não conseguiu aprovar a lei de financiamento temporário do governo antes do dia 1º de outubro, que marca o começo do ano fiscal 2014.
Perante a falta de acordo para aprovação de um orçamento, algo que vem ocorrendo desde 2009, o Congresso optou por aprovar esta lei nos últimos anos para evitar o fechamento parcial da Administração.
No entanto, neste ano, a maioria republicana na câmara se negou a dar um sinal verde à lei se esta não incluísse uma disposição que esvaziasse os fundos ou atrasasse a execução da reforma da saúde, também conhecida como Obamacare.
Os EUA não vivia uma situação semelhante desde 1996, mas a polarização do Congresso desencadeou esta situação excepcional que aumenta o temor de uma falta de acordo, inclusive, em relação ao limite da dívida.