O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama: intervenção "é algo que os Estados Unidos, como país, necessitam fazer", disse membro da Câmara americana (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h53.
Washington - O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, disse nesta terça-feira que "apoia" o pedido do presidente Barack Obama para lançar um ataque militar contra a Síria.
"Isto é algo que os Estados Unidos, como país, necessitam fazer", disse Boehner ao sair de uma reunião com Obama e líderes democratas e republicanos do Congresso na Casa Branca.
"Nossos aliados têm que saber que os Estados Unidos estão com eles quando é necessário", acrescentou.
Obama e membros de seu gabinete iniciaram uma campanha de convencimento para que o Congresso autorize uma ação militar contra a Síria com o objetivo de castigar o suposto uso de armas químicas contra a população civil por parte do regime sírio em 21 de agosto.
Já o líder da maioria republicana da câmara baixa, Eric Cantor, disse que pensa em votar a favor de uma resolução que dê a Obama a opção do uso da força contra a Síria, apesar de ter admitido que o texto do projeto sofrerá algumas mudanças antes de sua aprovação final.
A líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, elogiou a apresentação que Obama fez ontem no encontro privado com os congressistas e assegurou que existem provas claras de que o regime sírio perpetrou o ataque com armas químicas contra a população civil.
O conflito civil na Síria, que já dura mais de dois anos, já matou cerca 100 mil pessoas e não foi Obama quem "traçou a linha vermelha", afirmou Nancy.
"Foi a humanidade que fez isso há algumas décadas, cerca de 170 países que apoiam a convenção contra as armas químicas. Desta forma, de um ponto de vista humanitário, não é algo que possa se ignorar. Devemos enviar uma clara mensagem a quem têm armas de destruição em massa de qualquer tipo que devem se esquecer de usá-las", acrescentou a deputada.
Nancy Pelosi disse que na hora de debater e votar a resolução no Congresso sobre o uso da força os legisladores têm que decidir se querem ou não ignorar o fato de que "ocorreu este desastre humanitário".
Tanto os Estados Unidos como seus principais aliados e organizações como a Otan responsabilizaram o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, pelo ataque com armas químicas que segundo relatório do serviço de inteligência americano deixou mais de 1.400 mortos, incluindo cerca de 400 crianças.