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Presidente da Armênia pede negociação com a oposição após protestos

O presidente da Armênia, Armen Sarkissian, lamentou a crise política do país e pediu a retomada das negociações com a oposição

Armênia: o presidente se manifestou depois que o parlamento armênio não conseguiu escolher ontem um novo primeiro-ministro (Gleb Garanich/Reuters)

Armênia: o presidente se manifestou depois que o parlamento armênio não conseguiu escolher ontem um novo primeiro-ministro (Gleb Garanich/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de maio de 2018 às 10h49.

Yerevan - O presidente da Armênia, Armen Sarkissian, pediu nesta quarta-feira que sejam retomadas as negociações para encontrar uma saída para a crise política no país em meio à campanha de desobediência civil convocada pela oposição.

"Toda nossa atenção está agora nos passos que serão dados pelas forças políticas. Peço que prossigam com as consultas para se encontrar uma saída para a crise que responda aos interesses nacionais", disse Sarkissian em comunicado.

O presidente armênio lamentou que a crise política persista depois que o parlamento armênio foi incapaz de escolher ontem o novo primeiro-ministro, apesar do "perigo" que isso representa "para o futuro do país".

Em seguida, o primeiro-ministro interino, Karen Karapetyan, também convidou todos os partidos políticos "a sentarem na mesa de negociação".

"Todos somos conscientes de que são necessárias decisões urgentes e civilizadas para superar a crise política, por mais difícil que pareça", disse o primeiro-ministro interino.

Além disso, Karapetyan ressaltou que "o primeiro-ministro só pode ser eleito no parlamento pela via constitucional", em clara alusão ao líder opositor, Nikol Pashinyan, que se autoproclama o "candidato do povo".

"Não existe outro caminho, nem na teoria, nem prática. Estou convencido de que, unindo nossos esforços, nosso país passará no teste", comentou Karapetyan.

Já o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Ara Babloyan, anunciou que em 8 de maio vai acontecer uma nova votação parlamentar, sem que se saiba se Pashinyan será de novo o único candidato a chefe de governo ou se o governante Partido Republicano apresentará o seu.

Segundo a legislação nacional, a Assembleia Nacional deve convocar uma nova votação no prazo de uma semana e, se também não houver a maioria necessária, a Câmara será dissolvida até a realização de novas eleições.

Pashinyan recebeu ontem o apoio de 45 parlamentares opositores, muito longe das 53 cadeiras necessárias para conseguir a eleição, à qual se opuseram 55 deputados governistas.

O líder opositor declarou ontem à noite em um comício no centro de Yerevan uma campanha nacional de desobediência civil, que inclui uma greve de trabalhadores e estudantes, e o bloqueio do transporte em todo o país.

Seguindo suas diretrizes, milhares de opositores já interromperam o trânsito na maioria das ruas e estradas da capital do país em sinal de protesto pela negativa do parlamento a escolher ontem Pashinyan como novo primeiro-ministro.

Os partidários de Pashinyan também interditaram hoje a estrada que leva ao aeroporto de Zvartnots, que serve a capital do país, mas o deputado opositor pediu a seus seguidores, através do Facebook, que permitam o funcionamento do terminal a partir das 14h locais.

"Nenhum enfrentamento, nada de agressividade. Todos sabemos que este processo não pode terminar sem uma vitória legal. Todas as nossas ações devem ter caráter exclusivamente pacífico", disse Pashinyan.

 

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