Homem é visto com bandeiras da União Europeia e da Ucrânia em protesto: UE disse que está preparada para estudar opções de ajuda econômica à Ucrânia (Vasily Fedosenko/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 14h44.
Kiev - O presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, repassou nesta segunda-feira à chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, a aspiração da Ucrânia de ingressar na União Europeia.
"A continuação do rumo de integração europeia e a concessão de ajuda financeira pela UE são grandes fatores que garantem o desenvolvimento estável e democrático da Ucrânia", disse Turchinov, informou o serviço de imprensa da Rada Suprema (Legislativo).
Turchinov, atualmente chefe do parlamento, garantiu que os planos de mudança estrutural começarão pela formação de um governo de união nacional que reformará a estrutura de poder e o funcionamento das administrações locais, e depois focará na reforma da economia.
O presidente interino demonstrou interesse na retomada das negociações para a assinatura de um Acordo de Associação, cuja suspensão em novembro foi o gatilho para os protestos contra o governo que desembocaram três meses depois na queda do presidente, Viktor Yanukovich.
Já Ashton ressaltou que os países-membros da UE expressaram publicamente apoio à Ucrânia e reconheceu que "a concessão dos recursos necessários permitirá completar as tarefas atribuídas".
"Estamos dispostos a apoiar a Ucrânia e enviar sinais a outros países para que o país não só solucione os problemas do passado, mas olhe para frente", acrescentou.
Ashton chegou hoje a Kiev para se reunir com as novas autoridades ucranianas, que assumiram o poder após a saída de Yanukovich, e com a ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, posta em liberdade no sábado.
Ashton destacou antes de viajar para Kiev a importância de se respeitar o Estado de Direito e de "as aspirações democráticas legítimas da população ucraniana" serem cumpridas. E insistiu na importância de o novo governo ser inclusivo, além de o país buscar condições para a realização de eleições democráticas.
As novas autoridades afirmaram que o país está à beira da falência, e que são necessários cerca de US$ 35 bilhões em ajuda até fim do ano que vem para estabilizar a situação econômica e para viabilizar a realização de eleições presidenciais em 25 de maio.
O vice-ministro de Finanças, Yuri Kolobov revelou que Kiev propõe a realização de uma grande conferência internacional de doadores para ajudar na modernização e com as reformas da economia ucraniana.
A UE afirmou hoje que está preparada para estudar diferentes opções de ajuda econômica à Ucrânia, desde que haja um programa de reformas completo, e reiterou sua oferta para a assinatura de um acordo de comércio e de investimento.
A decisão de Kiev de suspender a assinatura de um Acordo de Associação com a União Europeia em favor do restabelecimento pleno das relações comerciais com a Rússia foi o detonador dos protestos que provocaram a mudança do governo ucraniano.