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Presidente afegão promete direitos iguais a mulheres

Ashraf Ahmadzai e Abdullah Abdullah assinaram acordo para dividirem o poder, dando fim à disputa que ameaçava afundar o país em período de turbulência política

Ahmadzai: ele disse que quer mulheres afegãs representadas nos níveis mais altos de governo (Omar Sobhani/Reuters)

Ahmadzai: ele disse que quer mulheres afegãs representadas nos níveis mais altos de governo (Omar Sobhani/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 17h16.

Cabul, Afeganistão - Em seu discurso após o anúncio da vitória nesta segunda-feira, o novo presidente eleito do Afeganistão, Ashraf Ghani Ahmadzai, prometeu dar às mulheres papéis proeminentes em seu governo e disse à sua nação que as mulheres são importantes para o futuro do país.

Ahmadzai também afirmou que seu oponente Abdullah Abdullah, que será nomeado para o cargo recém criado de chefe executivo do governo, passou de concorrente a colega e que os dois estão comprometidos com a melhoria do país.

Neste domingo, os dois candidatos à Presidência assinaram um acordo para dividirem o poder, dando fim à disputa que ameaçava afundar o Afeganistão em um período de turbulência política e complicar a retirada das tropas norte-americanas do território.

No domingo, a comissão eleitoral do país anunciou Ghani Ahmadzai como o vencedor do segundo turno, encerrando um processo que teve início com as votações de primeiro turno em abril.

O anúncio foi feito duas horas depois de Ahmadzai e Abdullah assinarem o acordo político para formar um governo de coalizão nacional.

De acordo com o contrato de divisão dos poderes, o presidente vai liderar o Parlamento e o chefe executivo será responsável pela implementação das políticas.

Ele também deve presidir reuniões regulares de um conselho de ministros, essencialmente o mesmo grupo do governo, mas projetado para gerir a implementação das decisões.

O acordo diminui muito as chances de ocorrer um surto de violência étnica devido ao resultado das urnas.

O novo presidente também prometeu assinar o acordo de segurança que permitirá a permanência de 10 mil treinadores e conselheiros militares norte-americanos no Afeganistão no próximo ano, após a retirada das forças de combate dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

O depoimento nesta segunda-feira teve ares de celebração de campanha, com a participação de uma grande multidão de apoiadores.

Ahmadzai apertou as mãos de apoiadoras mulheres e levantou suas mãos acima de suas cabeças, o que representou um momento notável para um país onde as mulheres costumam ser segregadas socialmente.

O eleito disse que quer as mulheres afegãs representadas nos níveis mais altos de governo, incluindo a Suprema Corte, onde nenhuma jurista jamais trabalhou.

"Nas faces dessas garotas eu posso ver futuras líderes afegãs", ele disse, acrescentando que suas "irmãs" tinham direitos iguais na sociedade e no governo.

Em mensagem a forças estrangeiras, Ahmadzai afirmou que o objetivo do governo de união seria "dar fim a todas as estruturas paralelas".

Ele também prometeu publicar os resultados de análises sobre a implementação da constituição a cada seis meses. Fonte: Associated Press.

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