Pessoas rezando em cerimônia em Srebrenica, na Bósnia e Herzegovina (REUTERS/Stoyan Nenov)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2015 às 17h25.
A presidência bósnia condenou com firmeza o incidente em que pedras foram jogadas contra o primeiro-ministro sérvio Aleksandar Vucic durante a comemoração do 20º aniversário do massacre de Srebrenica, depois do pedido de condenação pública por parte de Belgrado.
A presidência tripartite bósnia "condena nos termos mais firmes e lamenta profundamente o ataque de hoje", afirma o comunicado.
O ministério sérvio das Relações Exteriores também exigiu das autoridades de Sarajevo que condenem publicamente o que chamou de tentativa de assassinar o primeiro-ministro Vucic.
"Esperamos que as autoridades da Bósnia condenem publicamente a tentativa de assassinar o primeiro-ministro sérvio", afirma o ministério em uma nota de protesto entregue ao ministério bósnio das Relações Exteriores.
Milhares de pessoas recordaram neste sábado, na localidade bósnia de Srebrenica, o 20º aniversário do massacre de 8.000 muçulmanos pelas forças sérvio-bósnias, em uma cerimônia ofuscada pelo ataque com pedras ao primeiro-ministro sérvio, que teve que abandonar o memorial.
O chefe de Governo sérvio, um ex-ultranacionalista que se converteu em pró-europeu convicto, acabara de depositar flores diante do monumento com os nomes das mais de 6.200 vítimas identificadas e enterradas no memorial, quando a multidão começou a gritar 'Alá Akbar' (Deus é grande) e a atirar pedras em sua direção.
Cercado pelos seguranças, Vucic conseguiu deixar o local, depois que uma pedra o atingiu na cabeça, enquanto os organizadores do evento pediam calma nos alto-falantes.
Em Belgrado, a chancelaria da Relações Exteriores da Sérvia considerou o incidente um "ataque" ao país.
"O primeiro-ministro se comportou como homem de Estado ao decidir comparecer e inclinar-se ante as vítimas. É um ataque não apenas contra Vucic, e sim contra toda a Sérvia e sua política de paz e de cooperação regional", afirma Ivica Dacic em um comunicado.
Vucic, no entanto, disse que sua mão permanece estendida para a reconciliação.