Mundo

Premiê nega que Lula tenha intercedido a favor da Odebrecht

O primeiro-ministro português negou que o ex-presidente brasileiro tenha tentado favorecer à Odebrecht para que fosse beneficiária em privatizações em Portugal


	O premiê português, Pedro Passos Coelho: "permitam-me usar uma expressão que acredito que todo o mundo entende: o ex-presidente Lula da Silva não me veio meter nenhuma cunha para nenhuma empresa brasileira"
 (Georges Gobet/AFP)

O premiê português, Pedro Passos Coelho: "permitam-me usar uma expressão que acredito que todo o mundo entende: o ex-presidente Lula da Silva não me veio meter nenhuma cunha para nenhuma empresa brasileira" (Georges Gobet/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2015 às 17h10.

Lisboa - O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, negou nesta segunda-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha tentado favorecer à Odebrecht para que fosse beneficiária em processos de privatização realizados em Portugal.

"Permitam-me usar uma expressão que acredito que todo o mundo entende: o ex-presidente Lula da Silva não me veio meter nenhuma cunha para nenhuma empresa brasileira", declarou Passos Coelho.

No país lusitano, "cunha" significa "lobby".

A questão surgiu por causa de uma notícia publicada no final de semana passado pelo jornal "O Globo", que revelou o teor de um telegrama no qual o ex-presidente teria pedido a Passos Coelho para que este desse atenção aos interesses da Odebrecht na privatização da Empresa-Geral de Fomento (EGF), responsável pela gestão de águas e resíduos.

Na saída de um fórum de empresários, Passos Coelho reconheceu hoje ter tido três encontros com Lula, a quem comunicou que via com interesse a participação de empresas brasileiras e de outros países nas privatizações em Portugal.

No entanto, garantiu que não lembra que Lula tenha mencionado "algum caso concretamente", e que caso tenha ocorrido, foi sem importância e para dar um "exemplo" no sentido de que poderia haver um maior interesse por parte de empresas brasileiras em processos anunciados para o futuro.

Passos Coelho ressaltou, além disso, que a EGF foi privatizada sem que a Odebrecht apresentasse qualquer oferta por ela.

O Ministério Público Federal abriu na semana passada uma investigação contra Lula por supostamente ter utilizado sua influência, após ter deixado a presidência em 2011, para fazer com que o BNDES favorecesse à construtora Odebrecht.

A construtora, por sua vez, está envolvida na operação Lava Jato, que investiga desvios de dinheiro na Petrobras. 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas brasileirasEuropaLuiz Inácio Lula da SilvaMarcelo OdebrechtNovonor (ex-Odebrecht)PersonalidadesPiigsPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPortugalPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Mundo

Itamaraty alerta para a possibilidade de deportação em massa às vésperas da posse de Trump

Invasão de apoiadores de presidente detido por decretar lei marcial deixa tribunal destruído em Seul

Trump terá desafios para cortar gastos mesmo com maioria no Congresso

Milei chama Bolsonaro de amigo e lamenta ausência em evento de posse de Trump