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Premiê nega ligação entre incêndios e mudança climática

O governo australiano foi acusado pela ONU de de se afastar da luta contra a mudança climática por pretender eliminar um imposto para as emissões


	Morador observa incêndio se aproximando de casas na Austrália: as declarações de Abbott foram uma resposta aos comentários da secretária da ONU para a Mudança Climática
 (REUTERS/David Gray)

Morador observa incêndio se aproximando de casas na Austrália: as declarações de Abbott foram uma resposta aos comentários da secretária da ONU para a Mudança Climática (REUTERS/David Gray)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2013 às 06h51.

Sydney - O primeiro-ministro da Austrália, o conservador Tony Abbott, negou nesta quarta-feira que a mudança climática esteja relacionada com os incêndios que destruíram 200 casas e 120 mil hectares no estado de Nova Gales do Sul desde a semana passada.

"A mudança climática é real e afirmei em diversas ocasiões que devemos tomar medidas firmes contra ela, mas estes incêndios não são um evento da mudança climática, mas algo que ocorre na Austrália", disse hoje Abbott à emissora de rádio "Fairfax".

As declarações de Abbott foram uma resposta aos comentários da secretária da ONU para a Mudança Climática, Christiana Figueres, que defendeu, nesta semana, a existência de uma conexão clara entre a mudança climática e os incêndios no leste da Austrália.

Figueres também acusou o novo governo conservador da Austrália - que pretende eliminar um imposto para as emissões de gases poluentes - de se afastar do compromisso da luta contra a mudança climática.

Um relatório divulgado em março pela então governamental Comissão de Mudança Climática indicou que as temperaturas extremas, as inundações e os incêndios florestais registrados no verão de 2012/13 na Austrália foram agravados pelo aquecimento global.

O estudo do órgão, que foi desmantelado pelo governo de Abbott e opera atualmente através de doações privadas, também assinalou que, nos últimos 50 anos, o número de dias em que foram registradas temperaturas máximas no país duplicou.

A onda de incêndios em Nova Gales do Sul, a pior em 45 anos, destruiu desde a semana passada mais de 200 imóveis e causou a morte de um homem de 63 anos, que sofreu um infarto quando tentava proteger sua casa das chamas.

Até o momento, 120 mil hectares foram arrasados ou estão pegando fogo em Nova Gales do Sul, onde foi declarado estado de emergência no último fim de semana. 

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