Cúpula do G7 se reúne em Hiroshima (Stefan Rousseau - Pool/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 20 de maio de 2023 às 11h40.
Última atualização em 20 de maio de 2023 às 11h43.
Na reunião bilateral travada em Hiroshima por aproximadamente uma hora, às margens da cúpula do G-7, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que vai adotar a isenção de visto aos brasileiros.
Kishida também anunciou uma linha de crédito de R$ 1 bilhão voltada ao setor de saúde, sem, no entanto, dar detalhes do formato da concessão do empréstimo.
O aceno do anfitrião vem uma semana depois de o governo retomar a exigência de visto para turistas de Japão, Estados Unidos, Austrália e Canadá. A regra já existia, foi alterada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019 e agora volta a vigorar a partir de 1º de outubro pelo princípio da reciprocidade. Ou seja o Brasil exigirá o documento porque esses mesmos países exigem visto a turistas brasileiros.
"O primeiro-ministro Kishida anunciou que o governo do Japão iniciaria procedimentos para a introdução da isenção de visto de curta duração para portadores de passaporte comum do Brasil", diz um comunicado do governo japonês sobre o encontro com Lula.
O Japão tem incentivado as viagens internacionais de seus cidadãos como forma de aquecer o mercado de companhias aéreas, assim como espera fôlego do turismo nacional em meio ao iene fraco frente ao dólar e ao controle da covid-19 em todo o globo.
De acordo com a nota do governo do Japão, os dois líderes se comprometeram a trabalhar juntos para proteger o meio-ambiente e combater as mudanças climáticas. "O primeiro-ministro Kishida expressou sua esperança no avanço da reforma tributária no Brasil, afirmando que as empresas japonesas também estão atentas a isso", acrescenta o texto.
A defesa da reforma tributária brasileira já fora feita pelo chanceler do Japão, Yoshimasa Hayashi, em bilateral com o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. Os empresários japoneses também expressaram a mesma opinião de otimismo em reunião em Tóquio com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A linha de crédito de R$ 1 bilhão foi confirmada no comunicado japonês, mas sem detalhes. A comitiva brasileira tampouco emitiu seu posicionamento sobre essa questão. "O primeiro-ministro Kishida afirmou que o Japão em breve realizaria um empréstimo em ienes japoneses no valor de 30 bilhões de ienes [R$ 1 bilhão] para apoiar ativamente a saúde e outros setores do Brasil", diz o texto.