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Premiê indiano pede calma após estupro de estudante

A autoridade prometeu garantir a segurança das mulheres após as violentas manifestações contra o estupro coletivo de uma estudante há uma semana


	Manifestantes cobram proteção às mulheres: o  caso provocou uma onda de indignação no país, onde as vítimas de estupro e agressão sexual lutam para obter justiça
 (Raveendran/AFP)

Manifestantes cobram proteção às mulheres: o  caso provocou uma onda de indignação no país, onde as vítimas de estupro e agressão sexual lutam para obter justiça (Raveendran/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2012 às 11h28.

Nova Délhi - O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, pediu calma à população nesta segunda-feira e prometeu garantir a segurança das mulheres após as violentas manifestações contra o estupro coletivo de uma estudante há uma semana, um incidente que abalou a Índia.

O centro de Nova Délhi foi fechado para o tráfego sob a estreita supervisão da polícia de choque, depois de cenas de extrema violência durante as manifestações que reuniram milhares de pessoas no domingo.

"Há raiva e ansiedade justificáveis após este evento atroz", declarou o chefe de Governo em um discurso na televisão.

"Estou profundamente triste com o rumo dos acontecimentos que levaram a confrontos entre manifestantes e policiais. Garanto-vos que vou fazer o meu melhor para garantir a segurança de todas as mulheres neste país", acrescentou.

"Como pai de três filhas, tenho os mesmos sentimentos que vocês. Vamos garantir que a justiça seja feita", acrescentou Manmohan Singh, em um esforço para acalmar os habitantes após o estupro por seis homens de uma estudante de 23 anos em um ônibus, em 16 de dezembro, em Nova Délhi.

Este caso provocou uma onda de indignação no país, onde as vítimas de estupro e agressão sexual lutam para obter justiça.


Segundo a polícia de Nova Délhi, centenas de pessoas, entre elas 60 policiais, ficaram feridas no domingo durante as manifestações, que chegaram a ser proibidas no centro da capital.

Nesta segunda-feira, todas as ruas que conduzem aos edifícios oficiais do governo foram fechadas. "Ninguém está autorizado a ir para o Parlamento e ao palácio presidencial", declarou Rajan Bhagat, porta-voz da polícia.

"Nós sabemos que as ruas bloqueadas vão causar problemas para as pessoas, mas temos de parar as manifestações furiosas", acrescentou.

A segurança também foi reforçada na capital, devido à visita do presidente russo Vladimir Putin. As autoridades mudaram o local para a cerimônia realizada em sua honra e da coletiva de imprensa conjunta com Singh.

Se a raiva se concentra, sobretudo, em Nova Délhi, o nordeste do país não foi poupado. Domingo, um jornalista de 36 anos foi morto a tiros pela polícia em Imphal, no estado de Manipur, durante um protesto em resposta à tentativa de estupro de uma atriz.

Cinco policiais foram presos, indicou a agência Press Trust of India.

Em Nova Délhi, muitas mulheres saíram às ruas para exigir maior segurança e maior punição para os agressores, em uma sociedade ainda dominada por homens.


Mas no meio da multidão também havia um grande número de jovens que atiravam pedras contra as forças de segurança, denunciou a polícia, que respondeu, fazendo uso de gás lacrimogêneo e canhões de água.

Estes métodos violentos na "maior democracia do mundo" foram veementemente criticados pela imprensa.

"A polícia é culpada por usar uma força desproporcional (...) e o governo não compreendeu que estas manifestações são um sinal de que a população está determinada a deixar de ser um espectador silencioso diante da apatia e administrativa e da fraca governança", denunciou o editorial do The Times of India.

A vítima, uma estudante de fisioterapia, foi estuprada, antes de ser agredida com uma barra de ferro e ser jogada para fora do ônibus. Com lesões graves, ela ainda está em tratamento intensivo.

Os seis homens, que estavam bêbados no momento, foram presos pela polícia.

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