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Premiê indiano celebra 'nova era' com China para reduzir tensões

Agência chinesa Xinhua informou que Xi recebeu “cálida acolhida” por parte de Modi; ambos prometeram cooperar contra “a radicalização e o terrorismo”

Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi (Chris Jackson/Getty Images)

Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi (Chris Jackson/Getty Images)

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AFP

Publicado em 12 de outubro de 2019 às 15h57.

Última atualização em 12 de outubro de 2019 às 15h58.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, destacou neste sábado (12) a abertura de uma "nova era" com a China, ao receber o presidente Xi Jinping em Mahabalipuram, na baía de Bengala, onde ambos prometeram cooperar contra "a radicalização e o terrorismo".

"Os dois líderes disseram que são grandes países, que a radicalização é uma fonte de preocupação para ambos e que seguirão trabalhando juntos para garantir que a radicalização e o terrorismo não afetem o tecido das nossas sociedades multiculturais, multiétnicas e multirreligiosas", afirmou o chanceler indiano, Vijay Gokhale.

A agência de imprensa oficial chinesa Xinhua informou que Xi recebeu uma "cálida acolhida" por parte de Modi e que os dois concordaram em que seus países "devem se respeitar e aprender um com o outro para atingirem juntos o desenvolvimento e a prosperidade".

O encontro entre os dois líderes dos gigantes asiáticos na cidade costeira de Mahabalipuram deu continuidade à reunião bilateral realizada no ano passado, na China.

O objetivo destas reuniões é reduzir as tensões recentes resultantes dos distúrbios na Caxemira e a revogação, por parte de Nova Délhi, da autonomia dessa região em agosto. Esta área é disputada por Índia e Paquistão.

Além disso, a predominância por parte de Pequim na relações comerciais bilaterais também gerou mal-estar em Nova Délhi.

China e Índia concordaram em serem "sensíveis às preocupações um do outro", de forma que as relações bilaterais "contribuam para a estabilidade e para a paz no mundo", acrescentou Modi.

O premiê indiano não se referiu abertamente, porém, aos motivos do atrito entre ambos os países, limitando-se a indicar que havia tratado com seu interlocutor de "importantes temas bilaterais e mundiais".

China e Índia se enfrentaram verbalmente nos últimos dias sobre a questão da Caxemira. O governo chinês apoia o Paquistão, que disputa esta região do Himalaia com a Índia há mais de 70 anos. Com mais de um terço da população mundial, chineses e indianos já tiveram vários conflitos pela questão do Himalaia, desde sua guerra em 1962.

Pequim tem um grande projeto de infraestrutura na Caxemira paquistanesa, um território reivindicado por Nova Délhi.

Durante um encontro esta semana com o ministro do Paquistão, Imran Khan, Xi Jinping expressou seu apoio aos "direitos legítimos" de seu aliado na Caxemira. Nova Délhi respondeu que "não cabe a outros países comentar questões internas da Índia".

Em agosto, a Índia havia provocado mal-estar na China ao revogar a autonomia constitucional do estado de Jamu e Caxemira (norte) e dividi-lo em dois territórios administrados diretamente por Nova Délhi.

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