Boris: o líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, disse que Johnson agora deve renunciar e que o público o considera um mentiroso (Parliament/Jessica Taylor/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de janeiro de 2022 às 12h36.
Última atualização em 12 de janeiro de 2022 às 12h52.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, ofereceu suas "sinceras desculpas" nesta quarta-feira por participar de uma festa em sua residência oficial durante o primeiro lockdown no país para combater o coronavírus, enquanto a oposição exige sua renúncia.
Johnson admitiu pela primeira vez que participou da festa em Downing Street no dia 20 de maio de 2020, quando as reuniões sociais estavam limitadas, e disse que entende a raiva que as revelações causaram.
"Sei a raiva que eles sentem de mim em relação ao governo que lidero quando pensam que em Downing Street as regras não estão sendo seguidas adequadamente pelas pessoas que as fazem", disse Johnson ao Parlamento.
Johnson, que obteve uma vitória esmagadora nas eleições de 2019 com a promessa de garantir a saída do Reino Unido da União Europeia, disse que se arrependeu de sua ação e pensou que a reunião era um evento de trabalho — provocando vaias de parlamentares da oposição.
"Entrei naquele jardim logo depois das 6 do dia 20 de maio de 2020 para agradecer a grupos de funcionários antes de voltar ao meu escritório, 25 minutos depois, para continuar trabalhando", disse ele. "Pensando bem, eu deveria ter mandado todos de volta para dentro."
O líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, disse que Johnson agora deve renunciar e que o público o considera um mentiroso. "A festa acabou, primeiro-ministro", disse Starmer ao premiê.
A indignação com a festa cresceu desde a notícia pela ITV News de que Johnson e sua esposa Carrie se reuniram com cerca de 40 membros da equipe no jardim de Downing Street após o secretário principal particular Martin Reynolds enviar um convite por e-mail pedindo aos participantes que trouxessem "sua própria bebida" para a festa.
Diversas pessoas, incluindo alguns parlamentares, falaram sobre como não puderam estar ao lado de seus entes queridos antes de suas mortes em maio de 2020, em contraste com os eventos em Downing Street.