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Premiê australiano descarta oferecer conselhos a Trump

Turnbull disse que não ofereceria aos Estados Unidos qualquer conselho sobre o assunto do controle de armas, que está dividindo o país

Trump: a Austrália tem algumas das restrições a armas mais rígidas do mundo (Leah Millis/Reuters)

Trump: a Austrália tem algumas das restrições a armas mais rígidas do mundo (Leah Millis/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 12h03.

Melbourne - O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, não quis oferecer quaisquer conselhos ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao controle de armas após um massacre em uma escola americana, apesar do sucesso da Austrália em reduzir a violência com armas.

A Austrália tem algumas das restrições a armas mais rígidas do mundo, introduzidas após seu pior massacre, quando um homem matou 35 pessoas em Port Arthur, na Tasmânia, em 1996. Desde então, a Austrália não teve mais massacres com armas.

Mas Turnbull, que se reuniu com Trump para conversarem em Washington na sexta-feira, disse que não ofereceria aos Estados Unidos qualquer conselho sobre o assunto, que está dividindo o país.

"É um contexto totalmente diferente, historicamente, legalmente e por aí vai", disse Turnbull em uma coletiva de imprensa após as conversas na Casa Branca, acrescentando que estava satisfeito com o controle de armas da Austrália.

"Nós certamente não presumimos que iremos fornecer conselhos políticos sobre o assunto aqui", disse Turnbull, de acordo com uma transcrição da coletiva de imprensa divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro.

A Austrália proibiu todos os rifles semiautomáticos e todas as espingardas semiautomáticas e pump action e tem um sistema restritivo de licenciamento e controle de posse.

O sistema australiano tem sido usado por muitos como exemplo de como o controle de armas nos Estados Unidos deveria ser mais rigoroso.

Trump sugeriu que os professores deveriam ser armados como forma de coibir a violência com armas nas escolas.

Já sobre as relações bilaterais, Turnbull disse que seu encontro com Trump "aprofundou" o relacionamento entre os aliados.

Os dois líderes conversaram sobre a Coreia do Norte, com Turnbull expressando apoio às sanções e barreiras econômicas impostos pelos EUA.

Turnbull elogiou a recente reforma tributária de Trump, algo que está tentando reproduzir na Austrália, embora esteja enfrentando dificuldades para obter o apoio necessário dos partidos de oposição.

As relações entre os dois começaram mal em fevereiro de 2017, quando Trump censurou Turnbull devido a um acordo bilateral para refugiados antes e encerrar abruptamente sua conversa pelo telefone, de acordo com uma transcrição da ligação que foi vazada.

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