Para ser criado, o PSD do Kassab precisa coletar 482 mil assinaturas em pelo menos nove Estados (Prefeitura de SP/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2011 às 10h41.
São Paulo - Funcionários comissionados da Prefeitura de São Paulo estão recolhendo assinaturas de eleitores para a criação do novo partido do prefeito Gilberto Kassab, o Partido Social Democrático (PSD). A reportagem teve acesso a um e-mail em que uma assessora de uma subprefeitura afirma ter recebido do prefeito a "missão" de coletar nomes do "maior número de pessoas".
A mensagem foi enviada a amigos pela assessora no último domingo, dia 12. "Meu chefe mor (Kassab) passou uma missão para nós, pobres mortais dependentes dos cargos comissionados (hahahaha)... Preciso arrecadar o maior número de pessoas", afirma o texto, encaminhado de um e-mail pessoal. "Explico o motivo: O Kassab fundou um partido novo... O PSD - Partido Social Democrático - e precisa do maior número de pessoas que aceitem essa nova fundação."
A reportagem entrou em contato com a funcionária, que trabalha em uma subprefeitura da zona sul da capital paulista há cerca de um ano. "Foi uma amiga que é ligada ao subprefeito que me pediu", disse ela. Até ontem, a funcionária havia conseguido cinco assinaturas. "Está difícil conseguir mais."
Para ser criado, o PSD precisa coletar 482 mil assinaturas em pelo menos nove Estados. A lei determina que, para concorrer a uma eleição, o registro no Tribunal Superior Eleitoral deve ser feito até um ano antes da disputa. Se o PSD quiser concorrer na eleição de 2012, tem de obter o registro até outubro.
A reportagem apurou que o pedido também foi feito aos subprefeitos. "Realmente houve um pedido para recolhermos assinaturas", afirmou um deles, da zona leste da cidade, sob condição de anonimato. O secretário-geral da comissão provisória do partido, Saulo Queiróz, disse que o trabalho está perto do fim. "Já fechamos Rondônia, Roraima e Acre." Sobre a eventual colaboração de servidores comissionados no recolhimento de assinaturas, afirmou se tratar de um processo natural. "É natural um subprefeito ou secretário pedir ajuda. É diferente de uma ordem, é uma mobilização espontânea." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.