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Prefeito de Nova York assume liderança contra armas nos EUA

Após cada tiroteio nos EUA, Michael Bloomberg levanta a voz contra a posse de armas, um direito garantido pela Constituição americana


	Funcionário de loja de armas exibe pistola: o massacre de Newtown, que deixou 20 crianças mortas em uma escola, parece ser a gota d'água para Bloomberg
 (Jewel Samad/AFP)

Funcionário de loja de armas exibe pistola: o massacre de Newtown, que deixou 20 crianças mortas em uma escola, parece ser a gota d'água para Bloomberg (Jewel Samad/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 08h07.

Nova York - Após o massacre de Newtown, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, assumiu a liderança dos que defendem um controle de armas mais severo nos Estados Unidos.

Bloomberg, um bilionário de 70 anos que utiliza seu dinheiro para financiar as causas que defende, espera que desta vez o presidente Barack Obama aja para proibir a venda de certos tipos de armas, especialmente os fuzis de assalto.

Após cada tiroteio nos EUA, o prefeito de Nova York levanta a voz contra a posse de armas, um direito garantido pela Constituição americana.

O massacre de Newtown, que deixou 20 crianças e seis adultos mortos em uma escola desta cidade em Connecticut, parece ser a gota d'água para Bloomberg, um independente que exige mudanças em meio à guerra entre democratas e republicanos.

Nesta terça-feira, Bloomberg e vários prefeitos de grandes cidades americanas - entre eles Rahm Emanuel (Chicago) e Antonio Villaraigosa (Los Angeles) - enviaram uma carta aberta ao Congresso e ao presidente Obama exigindo que atuem "de imediato".

A associação de prefeitos contra as armas ilegais, que Bloomberg fundou em 2006 e que tem atualmente mais de 700 membros, também lançou uma petição online, advertindo que mantido o ritmo atual, "teremos 48 mil americanos mortos" até o final do mandato de Barack Obama, em janeiro de 2017.


Horas após o massacre na escola Sandy Hook, Bloomberg escreveu no Twitter: "o presidente Obama enviou suas sinceras condolências às famílias de Newtown, mas precisa enviar um projeto de lei ao Congresso".

"O massacre de Newtown é uma tragédia impossível de se entender, mas palavras de condolências não bastam".

Na segunda-feira, Bloomberg concedeu uma entrevista coletiva sobre o tema em Nova York, com a presença de sobreviventes de massacres. "Matamos a cada dia 34 americanos (com armas de fogo), um número superior ao massacre de Virginia Tech", em abril de 2007, que deixou 32 mortos e 17 feridos.

"O trabalho do presidente é dirigir. Me dizem que o Congresso não aprovará a lei que o país necessita de maneira desesperada, talvez, mas a tarefa do presidente é apresentar o projeto de lei e lutar por ele, mesmo que fracasse". "Temos a obrigação de ajudar estas crianças e jovens a seguir vivos".

Para Bloomberg, a influência da National Rifle Association (NRA), o principal lobby dos Estados Unidos a favor das armas, é relativa.

"Seu objetivo número um nas eleições era impedir um segundo mandato de Obama e, que eu saiba, Obama ganhou".

Nas eleições de novembro passado, Bloomberg investiu milhões de dólares de sua fortuna pessoal para apoiar candidatos que compartilham suas ideias, incluindo cinco congressistas que enfrentavam candidatos ligados à NRA, e quatro venceram.

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