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Preço de latinha reciclável sobe 20%, ainda menor que no pré-crise

De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio, quilo do alumínio prensado é vendido a R$ 3,25

Antes da crise, o quilo da latinha de alumínio prensada chegou a valer R$ 3,47 (Marcelo Sacco/Quatro Rodas)

Antes da crise, o quilo da latinha de alumínio prensada chegou a valer R$ 3,47 (Marcelo Sacco/Quatro Rodas)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 17h13.

São Paulo – O crescimento econômico do país em 2010 beneficiou os catadores de material reciclável. Durante o ano, o preço da lata de alumínio, um dos descartes mais rentáveis da indústria da reciclagem, aumentou quase 20%. Apesar disso, o valor do produto ainda não recuperou o patamar alcançado no período pré-crise econômica de 2008.

De acordo com boletins divulgados semanalmente pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), o quilograma (kg) de latas de alumínio prensadas era vendido por R$ 2,73 na primeira quinzena de janeiro de 2010. Um ano depois, o quilo das latinhas subiu para R$ 3,25. O valor, entretanto, ainda é 6% menor do que a cotação do produto em 2008. Segundo a Abal, naquele ano, o quilo de latas prensadas chegou a valer R$ 3,47.

Apesar da melhora nos preços verificada no ano passado, os catadores de material reciclável ainda esperam que os preços voltem aos níveis de 2008. “Melhorou de lá pra cá, mas ainda não voltou a ser o que era”, disse Sérgio da Silva Santos, coordenador financeiro da Coopere Centro, uma cooperativa de catadores de São Paulo.

Em entrevista à Agência Brasil, ele confirmou a alta no preço das latinhas e disse que ela foi acompanhada pelo aumento dos preços de outros materiais recicláveis, como papelão e papel. Santos disse, porém, que a alta ainda não compensou a queda dos preços ocorrida dois anos atrás. “Tivemos que dobrar nossa produção para manter os ganhos de cerca de R$ 800 por mês”, disse ele. “Agora, está melhorando, mas ainda não é como antes.”

José Iramar de Araújo, que trabalha na cooperativa Coomare, de Goiânia, também sentiu na própria renda a variação dos preços dos recicláveis. Durante a crise financeira, o rendimento dele chegou a cair para R$ 300 por mês, menos que um salário mínimo oficial. Só agora, ele conseguiu retornar ao patamar de ganhos em torno de R$ 800 mensais. “Muita gente da nossa cooperativa chegou a largar a reciclagem”, disse ele. “Agora, o preço melhorou. Só falta a gente melhorar o sistema de comercialização das cooperativas.”

Segundo Araújo, muitas cooperativas não conseguem recolher um volume de material suficiente para negociar diretamente com a indústria. Acabam obrigados a vender os descartes para intermediários, reduzindo os ganhos dos cooperados.

O coordenador da Comissão de Reciclagem da Abal, Henio de Nicola, disse que, no caso das latas, a parte dos intermediários chega a 20%. Mesmo assim, ele afirmou que a reciclagem de alumínio continua sendo a atividade mais rentável para os catadores do país.

Só no ano passado, segundo a Abal, foram recicladas 200 mil toneladas de latas de alumínio. Isso representa 98% do total de latas vendidas no mercado nacional, o que faz do Brasil um dos campeões mundiais de reaproveitamento de alumínio.

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