María Corina Machado: venezuelana é vencedora do Nobel da Paz de 2025
Redação Exame
Publicado em 10 de outubro de 2025 às 11h50.
O Nobel da Paz deste ano acabou em investigação. Isso porque uma onda de apostas online sobre o vencedor da premiação gerou suspeitas de um possível vazamento de informações.
As apostas na líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, premiada nesta sexta-feira, 10, por sua luta pela democracia, dispararam logo após a meia-noite no horário da Noruega, apontaram registros do site de apostas Polymarket.
Em resposta às notícias, que foram inicialmente divulgadas pelos jornais locais Aftenposten e Finansavisen, o porta-voz do Instituto Nobel, Erik Aasheim, declarou que está "investigando o caso".
A decisão sobre a vencedora já havia sido tomada na segunda-feira pelo Comitê Nobel Norueguês, com Machado sendo informada sobre sua conquista minutos após o anúncio oficial na última sexta-feira, às 11h, horário de Oslo.
De acordo com o Finansavisen, três contas no Polymarket, que concentraram suas apostas em Machado, obtiveram um lucro combinado de cerca de 90 mil dólares, o que levanta ainda mais questões sobre a possibilidade de um vazamento de informações antes do anúncio oficial. O Comitê Nobel da Noruega ainda não fez uma declaração oficial sobre os resultados da investigação.
Engenheira industrial de formação, María Corina é uma das principais vozes da oposição venezuelana. Ex-deputada, ganhou destaque entre 2011 e 2014 como crítica ferrenha tanto ao chavismo quanto a setores moderados da própria oposição. Em 2015, foi inabilitada politicamente e impedida de deixar o país, o que a manteve fora do cenário institucional por anos.
Fundadora do partido Vem Venezuela, em 2012, María Corina adotou uma postura de confronto direto ao regime, o que a tornou alvo de perseguições. Em 2023, venceu com ampla maioria as primárias da oposição, mas foi impedida de registrar sua candidatura às eleições presidenciais por uma inabilitação política renovada por 15 anos.
Nos últimos anos, ampliou sua base de apoio para além das elites tradicionais e passou a atrair multidões em regiões populares, inclusive em redutos historicamente chavistas. Mesmo fora da disputa oficial, se consolidou como principal liderança da oposição nas eleições de 2024.