Cabul - A cerimônia de posse do futuro presidente do Afeganistão, prevista para menos de uma semana, foi adiada para depois de 10 de setembro para que o processo de revisão dos votos do segundo turno eleitoral seja concluído, anunciou a ONU nesta quinta-feira.

O adiamento implica que o sucessor de Hamid Karzai na chefia de Estado não terá assumido o cargo antes da cúpula da Otan, em 4 e 5 de setembro, quando seria tratado o futuro do Afeganistão depois da retirada das forças ocidentais.

Por seu lado, Karzai se prepara para deixar o palácio presidencial sem que se saiba quem vai sucedê-lo.

O candidato Abdullah Abdullah já anunciou que rejeitará qualquer resultado da recontagem de votos.

Antes, Abdullah Abdullah já havia decidido boicotear o processo de verificação de votos da eleição presidencial afegã, supervisionado pela ONU.

Abdullah deu um ultimato na terça-feira, com a ameaça de abandonar o processo caso seus pedidos para a eliminação de votos que considerava fraudulentos não fossem atendidos.

O candidato deixou uma dúvida no ar sobre a decisão final que tomará a respeito, mas se negou a participar no processo.

As ameaças de Abdullah podem retirar a legitimidade de seu adversário Ashraf Ghani em caso de vitória.

A Comissão Eleitoral Independente (IEC) iniciou na segunda-feira o processo de eliminação de cédulas fraudulentas, mais de um mês depois do início da verificação dos 8,1 milhões de votos do segundo turno, que aconteceu em 14 de junho.

O processo pretende definir o vencedor, sob a supervisão da missão da ONU no Afeganistão.