Portugal não divulgou seu orçamento. Sócrates mantém a mesma posição, mesmo fora da liderança (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2011 às 13h19.
Bruxelas - O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, que renunciou ao cargo na quarta-feira, afirmou hoje que o país continua sendo capaz de se financiar nos mercados e vai cumprir todas as metas orçamentárias, independentemente de quem irá formar o novo governo. "Portugal não precisa de ajuda externa. O que nós precisamos é de confiança da União Europeia, que reconhecidamente se enfraqueceu desde quarta-feira", disse Sócrates, após a cúpula da União Europeia, realizada ontem e hoje em Bruxelas.
Quando perguntando se o governo português tem caixa suficiente para reembolsar 4,23 bilhões de euros em dívidas com vencimento em abril, Sócrates afirmou que "o país tem todas as condições de se autofinanciar".
"Nós garantimos aos nossos parceiros da União Europeia que todas as metas de orçamento que temos serão cumpridas, independentemente de quem governará o país", disse Sócrates. Portugal prometeu cortar o déficit orçamentário para 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e para 3% e 2% em 2012 e 2013, respectivamente.
O governo de Portugal não revelou quanto em dinheiro possui atualmente em mãos. No fim de 2010, eram 2 bilhões de euros. De acordo com cálculos da Dow Jones, o montante aumentou para entre 3 bilhões de euros e 4 bilhões de euros, levando em conta as informações disponíveis sobre emissão de dívida nova e gastos do governo.
Sócrates, que governou com uma minoria no parlamento desde as eleições de 2009, renunciou depois que partidos da oposição rejeitaram um novo plano de austeridade proposto pelo governo. Enquanto o próximo governo não é eleito, Sócrates vai atuar como primeiro-ministro interino. As informações são da Dow Jones.