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Portugal defende relações com Líbia por interesses no petróleo

Ministro de Exteriores do país europeu afirmou que a política externa de um governo não se baseia necessariamente só em princípios, mas também em interesses

Amado: "Estamos perdendo regimes que, apesar de tudo, eram favoráveis estrategicamente a nossos interesses" (Helene C. StikkelWikimedia Commons)

Amado: "Estamos perdendo regimes que, apesar de tudo, eram favoráveis estrategicamente a nossos interesses" (Helene C. StikkelWikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2011 às 18h20.

Lisboa - O ministro de Exteriores de Portugal, Luís Amado, defendeu as relações diplomáticas mantidas nos últimos anos por seu país com o regime político da Líbia, liderado pelo coronel Muammar Kadafi, em razão dos interesses econômicos de Lisboa no setor de petróleo líbio.

Em entrevista publicada neste domingo pelo jornal português "Diário de Notícias", Amado afirmou que a política externa de um Governo "não se baseia necessariamente só em princípios, mas também em interesses", como ocorre em "todos os Estados europeus".

"É absolutamente ridículo pretender desenvolver uma relação a partir de uma avaliação das condições democráticas de cada país. Se fosse assim, não teríamos relações com muitos países com os quais temos relações há décadas", justificou.

Em sua opinião, as revoltas ocorridas no mundo árabe nas últimas semanas representam "a situação mais grave em termos internacionais desde o fim da Segunda Guerra Mundial", e lembrou que "dois terços das reservas de energia" estão na região.

"Estamos perdendo regimes que, apesar de tudo, eram favoráveis estrategicamente a nossos interesses", advertiu Amado.

Ainda assim, ele destacou que a comunidade internacional não pode deixar de estar ao lado da democratização dessas sociedades.

O chanceler lembrou que a Líbia "é um país rico em petróleo", onde a Galp - uma das maiores companhias portuguesas - compra o produto há muitos anos.

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