Agência de notícias
Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 08h12.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2025 às 08h14.
O porto mais movimentado da China processou uma quantidade recorde de mercadorias em janeiro, à medida que as empresas correram para embarcar seus produtos antes da entrada em vigor das tarifas dos Estados Unidos e do início do longo feriado local em comemoração ao Ano Novo Chinês. O porto de Xangai processou um recorde de cinco milhões de contêineres no mês passado, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, bem acima de qualquer mês anterior desde 2007.
No ano passado, o porto foi o primeiro do mundo a processar mais de 50 milhões de contêineres em um único ano, impulsionado pelo aumento da demanda global, pela queda dos preços chineses e pela ameaça de tarifas, que levaram o valor das exportações a um recorde.
As empresas chinesas enviaram quase US$ 525 bilhões em mercadorias diretamente para os EUA no ano passado, o terceiro maior valor já registrado. No entanto, como essas empresas passaram a enviar produtos cada vez mais por meio de países como México e Vietnã para os EUA, uma possível imposição de tarifas por parte do presidente Donald Trump sobre todas as importações poderia afetar esse comércio também.
'Tarifaço': Brasil superou México e hoje é o 2º maior fornecedor de aço dos EUADesde esse recorde no mês passado, os EUA impuseram novas tarifas sobre todos os produtos da China, tornando esses embarques mais caros. A China retaliou com suas próprias tarifas, que entraram em vigor nesta segunda-feira, embora tenham sido aplicadas apenas a uma pequena fração das importações dos EUA. Nesta segunda-feira, Trump pretende anunciar formalmente a aplicação de tarifas de 25% sobre todo aço e alumínio importado pelos Estados Unidos.
Os dados de Xangai provavelmente incluem alguma carga doméstica, mas também mostram que o porto vizinho de Ningbo registrou um aumento no volume de cargas. No mês passado, o porto processou 59 milhões de toneladas em comércio exterior.
Apesar do recorde, os fluxos comerciais desaceleraram na última semana de janeiro e na primeira semana de fevereiro, segundo dados governamentais separados, já que as empresas fecharam por mais de uma semana durante o feriado do Ano Novo Lunar.
Algumas empresas retomaram as atividades no fim da semana passada, mas não haverá dados comerciais oficiais até o início de março, pois o governo combina os dados dos dois primeiros meses do ano para suavizar a volatilidade causada pelo feriado.
As tarifas impostas na semana passada podem não ser a última ação dos EUA, já que Trump solicitou uma revisão para verificar se Pequim cumpriu um acordo comercial assinado durante seu primeiro mandato. Um relatório previsto para 1º de abril pode levar a novas medidas punitivas de Washington.
A Bloomberg Economics estima que uma nova tarifa adicional de 10% poderia eliminar 40% das exportações chinesas para os EUA, colocando em risco 0,9% do PIB da China.