Porto Rico: apesar da escala da devastação, o governo diz que 64 pessoas morreram devido ao furacão (Carlos Garcia/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 17h21.
O governador de Porto Rico ordenou nesta segunda-feira uma revisão das mortes ocorridas no território norte-americano após a passagem do furacão Maria em reação a várias reportagens segundo as quais o saldo de vítimas fatais foi muito maior do que a contagem oficial.
Porto Rico vem lutando para se reerguer desde que o furacão Maria o atingiu no dia 20 de setembro na condição de tempestade mais forte a assolar a ilha em nove décadas. Cerca de 30 por cento da ilha ainda está sem eletricidade e 500 pessoas continuam em abrigos três meses mais tarde, segundo o governo local.
Apesar da escala da devastação, o governo diz que 64 pessoas morreram devido ao furacão, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou o número de mortes relativamente baixo.
Diversas reportagens disseram que o saldo de mortes provavelmente foi muito maior. No início deste mês o jornal New York Times disse que cerca de mil pessoas podem ter morrido nas semanas posteriores ao furacão porque a infraestrutura portorriquenha, inclusive os hospitais, foi severamente afetada.
Ricardo Rossello, o governador de Porto Rico, reconheceu as reportagens a respeito de um saldo de vítimas maior e disse que as autoridades querem a contagem mais precisa possível.
"É por isso que ordenei que o Cartório Demográfico de Porto Rico e o Departamento de Segurança Pública conduzam uma revisão e uma inspeção minuciosas de todas as mortes que ocorreram desde que o furacão Maria passou, independentemente do que o certificado de mortes diz", afirmou Rosello.
"Sempre acreditamos que o número de mortes relacionadas ao furacão aumentaria à medida que recebêssemos mais informações factuais - não boatos - , e esta revisão permitirá que contemos todos corretamente."
A tempestade cortou a energia e a telefonia celular, derrubou árvores, destruiu 230 mil casas e danificou outras 400 mil.