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Portland homenageia "heróis" mortos ao tentar defender muçulmana

Dois homens foram mortos ao tentar intervir em um agressão de caráter islamofóbico nos Estados Unidos

Islamofobia: Dois homens foram esfaqueados ao tentar defender moça que vestia véu islâmico (Abid Katib/Getty Images)

Islamofobia: Dois homens foram esfaqueados ao tentar defender moça que vestia véu islâmico (Abid Katib/Getty Images)

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AFP

Publicado em 28 de maio de 2017 às 14h20.

Última atualização em 28 de maio de 2017 às 14h20.

Dois homens mortos em Portland ao tentar intervir em um agressão de caráter islamofóbico foram homenageados neste domingo (28) como "heróis" nos Estados Unidos, onde os investigadores buscam estabelecer se o incidente foi um ato "terrorista" ou contra a comunidade muçulmana.

Ricky John, de 53 anos, e Taliesin Namkai-Wick, de 23 anos, foram esfaqueados até a morte na sexta-feira por um homem que insultava duas jovens, uma delas vestindo o véu islâmico, a bordo de um trem em Portland (Oregon), na costa oeste dos Estados Unidos.

O crime despertou grande comoção em Portland e no resto dos Estados Unidos.

"Estes homens perderam a vida e um outro ficou ferido por tentarem fazer o que é certo, defender pessoas que não conheciam contra o ódio", elogiou o prefeito de Portland, Ted Wheeler, em um comunicado.

"Eles são heróis", acrescentou.

"Eu estou com as famílias dos heróis que arriscaram e perderam suas vidas", acrescentou o senador democrata do Oregon, Jeff Merkley, em sua conta no Twitter.

Ricky John, pai de quatro filhos, trabalhava na prefeitura de Portland e era um veterano do Exército americano, no qual serviu no Iraque e no Afeganistão, de acordo com relatos da imprensa local.

Taliesin Namkai-Wick, recém-formado em Economia, é descrito por amigos como um jovem "entusiasmado e comunicativo" que morreu "permanecendo fiel aos seus valores."

"Meu bebê foi embora ontem protegendo duas meninas muçulmanas", escreveu no sábado sua mãe, Asha Deliverance, em sua conta no Facebook.

Também esfaqueado quando tentava ajudar, Micah Fletcher, de 21 anos, ainda está no hospital, mas sua vida não está em perigo.

Ideologia extremista

O autor do ataque, Jeremy Christian, de 35 anos, está sob custódia. Ele foi indiciado por "homicídio agravado", entre outros, de acordo com a polícia de Portland, acrescentando que examina possíveis ligações com "uma ideologia extremista".

Ele faria parte de círculos de supremacistas brancos e fotos que circulam nas redes sociais mostram o criminoso fazendo a saudação nazista durante um comício nacionalista em Portland, no mês passado.

Muitas vozes se levantaram neste domingo para exigir que este crime seja qualificado como um ato de "terrorismo doméstico".

"É muito cedo para dizer se a violência ocorrida na noite passada foi um ato de terrorismo doméstico ou um crime federal motivado pelo ódio", indicou o policial do FBI encarregado por Oregon, Loren Cannon, em um comunicado no sábado.

As motivações racistas são consideradas circunstâncias agravantes nos Estados Unidos.

Uma vigília reuniu milhares de pessoas na noite de sábado em Portland, na cena do crime. Um fundo foi criado na Internet para as famílias das vítimas e já havia arrecadado quase US$ 250.000 neste domingo de manhã.

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