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Porta-voz diz que no Vaticano há divergências, não complôs

"Em todas as instituições há diferenças de opiniões, que bem conduzidas podem levar a passos para frente", afirmou Federico Lombardi


	O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi: Lombardi acrescentou que nestes dias, as informações em muitos meios de comunicação sobre "lutas de poder" no Vaticano "vão além da realidade".
 (Alberto Pizzoli/AFP)

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi: Lombardi acrescentou que nestes dias, as informações em muitos meios de comunicação sobre "lutas de poder" no Vaticano "vão além da realidade". (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Cidade do Vaticano - Bento XVI, que deixará de ser papa no dia 28 de fevereiro, prosseguiu hoje com a agenda prevista e recebeu em audiência o presidente da Romênia e um grupo de bispos italianos, em um dia no qual o porta-voz, Federico Lombardi, negou que haja complôs no Vaticano.

"Em todas as instituições há diferenças de opiniões, que bem conduzidas podem levar a passos para frente. Se todos pensarem a mesma coisa não se avança. As diferenças de opiniões fazem parte da vida, mas isso não quer dizer que haja batalhas ou complôs", afirmou Lombardi em um encontro com a imprensa.

O porta-voz repercutiu assim as informações em alguns meios de comunicação em relação a supostas intrigas entre grupos dentro do Vaticano.

Lombardi acrescentou que nestes dias, após a renúncia do papa, as informações em muitos meios de comunicação sobre "lutas de poder" no Vaticano "vão além da realidade".

Uma revista italiana publicou na quinta-feira que Bento XVI decidiu renunciar após conhecer um relatório sobre o escândalo "Vatileaks", do vazamento de documentos oficiais do Vaticano, que revelava uma "forte resistência" na Cúria romana às medidas de transparência pedidas por ele. Lombardi não deu importância ao que foi publicado.

Bento XVI, enquanto isso prosseguiu hoje com sua agenda, prevista antes de anunciar a renúncia, e recebeu o presidente da Romênia, Traian Basescu, com quem falou durante 20 minutos, a sós, sobre a colaboração entre a Igreja Católica e o Estado romeno no âmbito educativo e na defesa dos valores europeus.


O papa e Basescu também analisaram a situação dos católicos (minoria em um país de maioria ortodoxa) na Romênia e a contribuição da Igreja Católica à integração da comunidade romena no exterior.

Basescu, que chegou ao Vaticano acompanhado de sua esposa e uma delegação composta por 12 pessoas, presenteou o papa com um livro de grandes dimensões, feito à mão, sobre a História das Igrejas Cristãs na Romênia.

Após olhá-lo com atenção, Bento XVI entregou seu presente - a tradicional medalha do pontificado - e lhe disse, sorrindo, "meu presente é mais modesto do que o seu", após o que todos sorriram.

Bento XVI apresentava bom aspecto e agradeceu ao presidente quando este, antes de ir embora lhe disse: "Santidade, rezo pelo senhor".

O papa deve receber amanhã em audiência o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina.

Hoje, o papa também recebeu os membros da associação Pro Petri Sede, da Bélgica, Luxemburgo e Holanda, que dá ajuda econômica para as necessidades da Santa Sé, e os bispos da região italiana de Ligúria, para a tradicional visita "ad limina apostolorum", que todos os prelados do mundo são obrigados a fazer ao papa a cada cinco anos .

Os prelados foram liderados pelo cardeal Angelo Bagnasco, arcebispo de Gênova e presidente da Conferência Episcopal Italiana.

O Vaticano também anunciou hoje a nomeação do alemão Ernest von Freyberg, de 55 anos, como novo presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como o Banco do Vaticano, em substituição do italiano Ettore Gotti Tedeschi, de 67 anos, que foi destituído em 24 de maio do ano passado.


Com sua nomeação, o Vaticano pretende pôr fim às críticas à entidade, conhecida também como "o banco de Deus", acusada de falta de transparência.

Tedeschi, presidente do Santander Consumer Bank, filial italiana do Banco Santander, está sendo investigado pela Promotoria de Roma por suposta violação das normas sobre a prevenção de lavagem de dinheiro.

Na década de 80 o IOR foi atingido pelo escândalo da quebra do Banco Ambrosiano de Roberto Calvi, encontrado enforcado sob uma ponte de Londres em 1982.

Em 30 de dezembro de 2010, Bento XVI aprovou uma lei para lutar contra a lavagem de dinheiro nas instituições financeiras do Vaticano, com o objetivo de entrar na chamada "lista branca" de Estados que respeitam as normas para a luta contra a lavagem de dinheiro. EFE

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