Mundo

Poroshenko diz que seu objetivo número um é a paz

Petro Poroshenko assegurou que o estabelecimento da paz no leste da Ucrânia é atualmente o objetivo número um


	Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia: "o povo deve deixar de morrer"
 (Mykola Lazarenko/Divulgação via Reuters)

Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia: "o povo deve deixar de morrer" (Mykola Lazarenko/Divulgação via Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 14h02.

Kiev - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, assegurou nesta quarta-feira que o estabelecimento da paz no leste da Ucrânia é atualmente "o objetivo número um" e ressaltou que não permitirá que alguns políticos de seu país "preferem a guerra" quando o povo "quer a paz".

"O povo da Ucrânia está totalmente a favor (da paz), mas alguns politiqueiros querem a guerra. Mas quero dizer que não permitirei. Devemos lutar juntos pela paz", disse o presidente ucraniano, citado por seu gabinete de imprensa, depois que sua administração anunciou um acordo para um cessar-fogo.

Poroshenko depositou suas esperanças de que o "processo de paz comece finalmente na próxima sexta-feira em Minsk", nas consultas do Grupo de Contato para a Ucrânia, e confirmou que nesta manhã falou com seu colega russo, Vladimir Putin, "sobre qual é a melhor maneira de pôr fim aos terríveis eventos" no leste da Ucrânia.

"Não se pode negar que o povo deve deixar de morrer", ressaltou o presidente ucraniano, que também apontou que devem cessar as contínuas violações dos acordos, os fuzilamentos dos prisioneiros e da população civil e a destruição dos centros educativos e outras infraestruturas.

Em um tom muito menos conciliador, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, qualificou o plano de paz para a Ucrânia apresentado hoje pelo presidente russo como um "tentativa de enganar a comunidade internacional" para evitar as novas sanções do Ocidente contra Moscou.

"Esse plano é uma tentativa de enganar a comunidade internacional na véspera da cúpula da Otan e uma tentativa de evitar as inevitáveis decisões da União Europeia sobre uma nova rodada de sanções contra a Rússia", disse Yatseniuk, citado pelo escritório de imprensa do governo.

O chefe do Executivo ucraniano assegurou que "todos os acordos anteriores com a Rússia -alcançados em Genebra, Normandia, Berlim e Minsk- foram ignorados ou simplesmente violados pelo regime russo", que é acusado por Kiev de apoiar com tropas e armamento os separatistas pró-Rússia do leste.

Para Yatseniuk, o melhor plano de paz para o leste da Ucrânia deveria conter um só ponto: a retirada das tropas russas e das milícias separatistas das duas regiões rebeldes, Donetsk e Lugansk.

O plano de Putin pede aos dois grupos que coloquem fim a qualquer ação ofensiva no território das regiões de Donetsk e Lugansk e assinala que as tropas ucranianas devem se retirar das imediações de todos as cidades a uma distância que impeça sua canhonada com artilharia.

O plano também contempla o controle internacional do cessar-fogo, a troca de detidos e prisioneiros mediante a fórmula de "todos por todos", a abertura de corredores para os refugiados e a ajuda humanitária, a proibição de bombardeios aéreos e o envio de especialistas para a reparação das infraestruturas.

O presidente russo anunciou seu plano, elaborado segundo ele durante um voo à capital da Mongólia, na véspera da União Europeia aprovar uma nova rodada de sanções contra a Rússia por sua crescente intervenção na crise da Ucrânia.

A Ucrânia também atravessa momentos delicados em sua operação militar contra os separatistas devido à bem-sucedida contra-ofensiva das milícias, que em pouco mais de uma semana recuperou dezenas de localidades controladas pelas forças de Kiev e abriu uma terceira frente no sul da região de Donetsk.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaRússiaUcrâniaViolência política

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru