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Por "traição", Anistia Internacional retira prêmio da líder de Mianmar

Uma vez considerada campeã na luta pela democracia, Suu Kyi foi destituída de uma série de homenagens internacionais depois do êxodo dos rohingyas

A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyia (Soe Zeya Tun/Reuters)

A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyia (Soe Zeya Tun/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de novembro de 2018 às 09h38.

YANGON - A Anistia Internacional retirou seu principal prêmio de direitos humanos de Aung San Suu Kyi, acusando a líder de Mianmar de perpetuar os abusos de direitos humanos ao não denunciar a violência contra a minoria muçulmana rohingya.

Uma vez considerada campeã na luta pela democracia, Suu Kyi foi destituída de uma série de homenagens internacionais depois do êxodo dos rohingyas que começou em agosto de 2017.

Mais de 700 mil membros da etnia fugiram pela fronteira oeste de Mianmar para Bangladesh após o Exército de Mianmar lançar uma repressão em resposta aos ataques de insurgentes rohingyas contra forças de segurança.

Investigadores da ONU acusaram os militares de promoverem uma campanha de assassinatos, estupros e incêndios criminosos com "intenções genocidas".

O governo de Suu Kyi rejeitou as acusações, classificando-as como enviesadas, e disse que as ações militares estavam envolvidas em uma operação legítima de contra-insurgência.

O grupo internacional de direitos humanos nomeou Suu Kyi em 2009 com o Prêmio Embaixador da Consciência quando ela ainda estava sob prisão domiciliar por sua oposição à opressora junta militar de Mianmar.

Nos oito anos desde que foi solta, Suu Kyi liderou seu partido à vitória nas eleições em 2015 e estabeleceu um governo no ano seguinte, mas teve que compartilhar seu poder com generais e não tem supervisão sobre as forças de segurança do país.

A Anistia Internacional disse em um comunicado que Suu Kyi falhou ao não denunciar os abusos e que havia "protegido as forças de segurança de serem responsabilizadas" pela violência contra os rohingyas, o que foi chamado de uma "traição vergonhosa aos valores que ela já representou".

Acompanhe tudo sobre:Direitos HumanosGenocídioMianmarPrêmio Nobel

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