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Por que o Vietnã irá sediar a segunda cúpula entre Trump e Kim?

Entenda quais motivos levaram os Estados Unidos e a Coreia do Norte a realizarem a segunda cúpula entre seus líderes no Vietnã

EUA-Coreia do Norte: a segunda cúpula será realizada nos dias 27 e 28 de fevereiro (Kevin Lim/The Straits Times/Reuters)

EUA-Coreia do Norte: a segunda cúpula será realizada nos dias 27 e 28 de fevereiro (Kevin Lim/The Straits Times/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 10h24.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2019 às 10h26.

Dirigido por comunistas, mas com inclinações capitalistas, e amigo de Estados Unidos e Coreia do Norte, o Vietnã será a sede da próxima cúpula entre Donald Trump e Kim Jong-un, em 27 e 28 de fevereiro.

Assim como a Coreia do Norte, o Vietnã esteve imerso em uma sangrenta e amarga guerra com os Estados Unidos.

Diferentemente de Pyongyang, Hanói agora conta com Washington entre seus aliados mais próximos, após se recuperar dos estragos da guerra para se tornar uma das economias de mais rápido crescimento na Ásia e um país diplomaticamente experiente.

Veja abaixo algumas das razões, pelas quais o Vietnã foi eleito para sediar a segunda cúpula Trump-Kim:

Tem sentido logístico?

O Vietnã preenche muitos requisitos. De Pyongyang, é um voo suficientemente curto para Kim. Do contrário, ele viaja em um trem blindado.

Também abriga as embaixadas dos Estados Unidos e da Coreia do Norte. Ambas poderão se ocupar dos acertos prévios à cúpula.

Hanói goza de laços amistosos com ambos os países e se considera um território "neutro". Diferentemente, por exemplo, do estado americano do Havaí, também apontado como uma opção.

A segurança no país comunista já é normalmente restrita, ainda mais para um evento dessa natureza.

Por que Kim tem boa relação com Vietnã?

O Vietnã é um dos poucos países, com os quais a Coreia do Norte tem boas relações.

Os laços diplomáticos entre Hanói e Pyongyang remontam a 1950. A Coreia do Norte enviou pessoal da Força Aérea para o norte comunista durante a Guerra de Vietnã.

O último líder norte-coreano a visitar o Vietnã foi o avô de Kim Jong-un, Kim Il-sung, em 1958.

Embora o comércio tenha diminuído em consequência das sanções da ONU contra Pyongyang, em 2017 alcançou os 7 milhões de dólares.

A viagem de Kim ao Vietnã, que será sua primeira, pode ser uma oportunidade para aprender com a transformação econômica do país.

Kim pode estar "interessado em ver pessoalmente o caso do Vietnã, pode ser uma boa fonte de inspiração e reflexão para que pense em como a Coreia do Norte deveria avançar", disse à AFP Le Hong Hiep, um especialista em Vietnã do ISEAS-Yusof Ishak Institute, de Singapura.

E Washington?

O Vietnã também pode ser um lugar de importância estratégica para os Estados Unidos, que atualmente se encontra em uma guerra comercial com China - um dos aliados mais próximos da Coreia do Norte.

Trump pode usar Vietnã para "sinalizar para Pequim que a Coreia do Norte não está em suas mãos. Temos um contrapeso à influência chinesa nesta área", disse Cheon Seong Whun, pesquisador visitante do Instituto Asan de Estudos Políticos de Seul.

Além disso, Washington está disposto a destacar a história do sucesso econômico do Vietnã, como já fez o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, durante uma visita à Coreia do Norte.

"Seu país pode copiar este caminho. É seu, se aproveitar o momento", disse Pompeo em comentários dirigidos a Kim.

Por que o Vietnã quer sediar o encontro?

O Vietnã está ansioso para mostrar seu peso diplomático, após organizar a cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) em 2017 e uma reunião regional do Fórum Econômico Mundial no ano passado.

A reunião de Trump-Kim pode dar resultados em mais de um sentido.

Organizar a cúpula pode impulsionar "o status do Vietnã na comunidade internacional, o que ajudaria o país a atrair turismo e investimento estrangeiro", disse Vu Minh Khuong, analista da Escola de Políticas Públicas Lee Kuan Yew, de Singapura.

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