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Por que o EI tanto deseja a iraquiana Sajida al-Rishawi?

Presa na Jordânia, Sajida se tornou moeda de troca do EI. E, segundo a CNN, o governo jordaniano teria concordado em libertá-la em troca da vida dos reféns

Presa na Jordânia desde 2006, Sajida se tornou moeda de troca do EI. E, segundo a CNN, o governo jordaniano teria concordado em libertá-la em troca da vida dos reféns (Reuters)

Presa na Jordânia desde 2006, Sajida se tornou moeda de troca do EI. E, segundo a CNN, o governo jordaniano teria concordado em libertá-la em troca da vida dos reféns (Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 16h03.

São Paulo – Os militantes do Estado Islâmico (EI) desistiram de pedir o montante de 200 milhões de dólares pela vida do refém japonês Kenji Goto e, agora, prometem também poupar o piloto jordaniano Moaz al-Kassesbeh, capturado após seu avião ter sido derrubado pela artilharia do grupo, se a Jordânia topar libertar a iraquiana Sajida al-Rishawi.

Ao que tudo indica, a pressão dos militantes fez efeito. Nesta manhã, divulgou a rede de notícias CNN, uma televisão jordaniana informou que o país aceitará as condições para ter de volta o seu cidadão e se prepara para libertar a iraquiana.

Sajida foi presa no país em 2006 por conta de sua participação em três ataques terroristas simultâneos que atingiram Amã, a capital do país, em 2005. De acordo com autoridades, o episódio havia sido orquestrado pelo braço iraquiano do Al Qaeda e por seu marido, Hussein Ali al-Shamari.

Mas, afinal, quais os interesses dos jihadistas na liberdade desta jovem senhora de 40 anos?

Especialistas consideram que a sua dedicação ao extremistmo não é o único fator que conquistou a atenção do EI, mas também os seus laços familiares. Sajida é irmã de um dos assistentes mais próximos de Abu Musab al-Zarqawi, então chefe do Al Qaeda no Iraque. Foi este braço da rede Al Qaeda que, pouco tempo depois, se transformaria no que é hoje chamado de Estado Islâmico.

De acordo com o Michael W.S. Ryan, da Jamestown Foundation, al-Zarqawi, morto em 2006, é visto como o grande líder do movimento jihadista atual desde o início da ocupação dos EUA no Iraque e, portanto, é uma figura importante nas mensagens de recrutamento do EI.

Segundo o jornal The Washington Post, tentar libertar uma mulher tão próxima ao ex-chefe da rede terrorista no Iraque seria uma forma de alavancar um número maior de combatentes e também dar continuidade ao legado de al-Zarqawi. Ainda segundo o jornal, na época dos ataques em Amã, Sajida foi vista como uma heroína por ter acompanhado o marido no ato e passou a ser admirada.

Para Karima Bennoune, professora de Direito Internacional na Universidade da Califórnia, a história de Sajida conta muito para justificar o fato de sua liberdade ter se tornado uma demanda. “Porém”, explicou ela à rede americana NBC News, “é também provável que o EI esteja tentando se posicionar erroneamente como um defensor das mulheres islâmicas”.

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