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Por que a saída de Kennedy deixou as pesquisas nos EUA mais confiáveis?

Candidato disputava a Presidência de forma independente e endossou Donald Trump ao desistir, em agosto

Robert F. Kennedy, Jr, que suspendeu candidatura à Presidência (Matthew Hatcher/AFP)

Robert F. Kennedy, Jr, que suspendeu candidatura à Presidência (Matthew Hatcher/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 14 de setembro de 2024 às 06h01.

Em agosto, o candidato à presidente Robert Kennedy Jr. suspendeu sua campanha nos Estados Unidos e endossou o ex-presidente Donald Trump. Sua saída, no entanto, poderá ter um efeito inesperado: aumentar a confiabilidade das pesquisas eleitorais.

Kennedy tinha em torno de 5% das intenções de voto. Apesar de ser um número pequeno, o percentual poderá fazer a diferença, pois a disputa entre Donald Trump e Kamala Harris está muito apertada.

Segundo o agregador de pesquisas 538, a diferença entre eles está em 2,6 pontos percentuais. Kamala tem 48% das intenções de voto e Trump atinge 45,4%.

"Kennedy havia perdido muitos eleitores quando Kamala entrou na disputa. Eram pessoas que não queriam votar no Biden de jeito nenhum, mas ficavam mais confortáveis para votar na Kamala. Percebemos uma migração de dois ou três pontos percentuais logo que ela entrou. E muitos dos eleitores deles que sobraram estão no grupo dos que não devem aparecer para votar. Então, o impacto da saída de Kennedy nas pesquisas foi praticamente nenhum", disse Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington, no programa O Caminho para a Casa Branca. Assista abaixo:

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Moura explica que a saída de Kennedy facilitou a vida dos institutos de pesquisa. "Isso diminui o risco de as pesquisas errarem por causa de um terceiro candidato relevante. Agora, fica uma escolha quase binária", diz.

"Vou dar um exemplo: imagina se Kennedy aparece em uma pesquisa com 6%. Em uma margem de erro de 3%, isso faz uma diferença enorme", diz o professor.

Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório. Assim, as pesquisas têm o desafio adicional de lidar com a incerteza de que parte dos eleitores pesquisados podem apenas não irem votar no dia 5 de novembro. Em 2020, 66% dos eleitores americanos registrados compareceram para votar, um recorde histórico. Como comparação, no Brasil, em 2022, 80% dos eleitores votaram na eleição presidencial.

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