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O plano do Afeganistão para encerrar a guerra contra o Talibã

Para encerrar 16 anos de violência, o governo dará aos talibãs um escritório, emitirá passaportes e trabalhará para eliminar sanções contra o grupo

Fumaça é vista durante confronto entre talibãs e forças afegãs em Cabul em 01/03/2017 (Mohammad Ismail/Reuters)

Fumaça é vista durante confronto entre talibãs e forças afegãs em Cabul em 01/03/2017 (Mohammad Ismail/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 08h36.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2018 às 09h16.

Cabul - O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, ofereceu aos talibãs, nesta quarta-feira, o reconhecimento como partido político, dentro de uma proposta para abrir um processo de negociação com o objetivo de encerrar mais de 16 anos de conflito.

Ghani disse na abertura da segunda rodada de Processo de Cabul, um mecanismo com acompanhamento internacional que procura impulsionar um plano de paz no Afeganistão, que seu governo está disposto a dar aos talibãs um escritório, emitir passaportes e seguir o processo legal para eliminar as sanções contra ele.

"Em nome do Governo da Unidade Nacional, proponho um plano de paz aos talibãs no qual os interesses supremos do país e os direitos e a participação de todos os cidadãos estão assegurados", afirmou o presidente afegão.

O processo de paz seria desenvolvido em três fases que exigiriam, de acordo com Ghani, criar um "quadro político, aplicar um cessar-fogo" e "os talibãs deverão ser reconhecido oficialmente como partido político".

Também serão tomadas medidas para a libertação de prisioneiros, para que os talibãs possam acessar os veículos de imprensa e para a "realocação das suas famílias".

"Medidas devem se tomadas para ganhar confiança, preparar o caminho para eleições livres e justas", disse.

Ashraf Ghani afirmou que o governo procura uma paz "real e duradoura" com os talibãs, por isso que sua oferta é para conversas "sem condições prévias ou restrições".

Além disso, o presidente também se mostrou aberto a alterar a constituição "se for necessário", embora ressaltou que a Carta Magna é a lei a seguir, afirmando que se devem preservar os direitos das mulheres e não será aceito nenhum grupo vinculado com interesses estrangeiros.

"O apoio internacional ao processo de paz deve ser buscado", disse ele.

Ele acrescentou que o Alto Conselho para a Paz, um órgão governamental, formaria uma delegação para estas conversações com representação de mulheres e da sociedade civil.

- (Rodrigo Sanches)

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