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Por equidade salarial, islandesas saem do trabalho às 14h38

Para as islandesas, 24 de outubro é sinônimo de luta: o dia marca a greve de mulheres que, em 1975, mudou os rumos da igualdade de gênero no país

Protesto: quando comparado com o masculino, o salário feminino no país faz com que as mulheres trabalhem de graça a partir das 14h38 (Instagram @rvkgrapevine/Reprodução)

Protesto: quando comparado com o masculino, o salário feminino no país faz com que as mulheres trabalhem de graça a partir das 14h38 (Instagram @rvkgrapevine/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2016 às 17h18.

Última atualização em 30 de novembro de 2016 às 16h20.

Se hoje a Islândia é conhecida por ser um dos melhores países do mundo para ser mulher, isso com certeza se deve à gigantesca greve que as islandesas organizaram em 24 de outubro de 1975.

Para provar o quanto é indispensável à sociedade, naquele dia, 90% da população feminina da Islândia deixou de trabalhar. Elas não foram ao trabalho, não fizeram tarefas domésticas, não cuidaram das crianças e nem mesmo cozinharam.

Ontem, 41 anos depois, elas se organizaram para fazer barulho mais uma vez. De forma bastante criativa, elas protestaram por uma das últimas barreiras da desigualdade de gênero no país: a desigualdade salarial. Diferente de 1975, combinaram de ir, sim, ao trabalho - mas saíram mais cedo, às 14h38.

A escolha do horário não se deu em vão: quando comparado com o masculino, o salário feminino no país faz com que as mulheres trabalhem de graça a partir das 14h38.

No dia de ontem, foi justamente este, o momento em que elas decidiram se levantar - e rumar à praça Austurvöllur na capital islandesa, Reykjavík.

O protesto é organizado todo ano. Em 2005, 30 anos depois da greve original, o horário de saída do trabalho pelas mulheres foi 14h08; em 2008, 14h25. Isso quer dizer que, aos poucos, a situação vai melhorando - mas, segundo as islandesas, não rápido o suficiente.

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Em entrevista ao jornal islandês Rúv, o presidente da Confederação Trabalhista da Islândia, Gylfi Arnbjörnsson, falou sobre o quanto é difícil esperar 50 anos para que uma meta como esta seja atingida. "É inaceitável dizer que vamos ter corrigido isso em 50 anos. Isso é o tempo de uma vida inteira", diz.

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