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Por coronavírus, França fecha parte das escolas uma semana após reabertura

França mantém plano de retorno dos estudantes apesar dos 70 novos casos de coronavírus diagnosticados nos colégios

França: até o momento, 7 escolas foram fechadas após casos de coronavírus (Veronique de Viguerie/Getty Images)

França: até o momento, 7 escolas foram fechadas após casos de coronavírus (Veronique de Viguerie/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2020 às 07h35.

Última atualização em 19 de maio de 2020 às 14h49.

Uma semana após a volta às aulas de um terço das crianças na França, o governo mapeou 70 novos casos de coronavírus em 7 escolas reabertas e decidiu fechá-las como precaução. Pelo menos 150 mil alunos de 40 mil unidades - entre creches e ensino fundamental - voltaram às aulas na semana passada e o governo defende a retomada mesmo com a notificação dos casos nos colégios.

Ontem, outros 185 mil estudantes do segundo grau também retornaram para a escola - o país tem pelo menos 500 mil matriculados em todos os níveis escolares. O restante deve retornar ao ano letivo até a próxima semana.

Em entrevista à rádio RTL, o ministro da Educação da França, Jean-Michel Blanquer, disse que a manutenção do plano de reabertura é fundamental. Segundo ele, toda a proposta para a retomada das aulas foi amparada em abordagens de médicos e pediatras e "as consequências de não ir à escola seriam muito mais sérias".

"Isso causaria danos consideráveis, psicológicos, alimentares, de saúde e, em seguida, haverá a questão do abandono (escolar). Minha grande preocupação são aquelas (crianças) sobre as quais não temos mais notícias. Ir à escola não é um assunto secundário. Esperar o vírus desaparecer seria loucura para a nossa sociedade", defendeu.

Blanquer não especificou se os 70 casos de covid-19 estavam entre estudantes ou professores. A imprensa francesa informou que todos as notificações foram detectadas no norte do país, sem esclarecer em quais cidades.

"Temos de acostumar a sociedade a ir à escola", disse o ministro à RTL ontem. "É absolutamente essencial que nossos filhos não sejam vítimas colaterais das condições sanitárias do país", afirmou o ministro.

As novas notificações de casos de alunos que retornaram às aulas trouxeram preocupação extra às autoridades de saúde, pois o país registrou, na semana passada, a primeira morte de uma criança com uma infecção rara, chamada Síndrome de Kawasaki, que pode ter sido desencadeada pela covid-19.

De acordo com o jornal Le Monde, porém, o governo considera que o isolamento de regiões onde aparecerem novos casos é a forma mais eficiente de retomar as atividades com um risco mínimo para a população.

As autoridades francesas, informou o jornal, citaram o caso de dois matadouros que apareceram como novas fontes de contaminação e foram rapidamente isolados, em Fleury-les-Aubrais, no Departamento de Loiret, onde foram identificados 54 casos de coronavírus, e em Saint-Brieuc, no Departamento de Côtes-d’Armor onde foram confirmadas 69 notificações na doença.

"Desde a semana passada, identificamos 25 grupos (de pessoas contaminadas) em nosso território. O sistema criado para testar, isolar e quebrar as cadeias de contaminação está operacional", disse o ministro da Saúde, Olivier Véran, ao Journal du Dimanche.

Segundo as estatísticas divulgadas na noite de ontem pelo governo e publicadas pelo Le Monde, há uma tendência de desaceleração da pandemia. Uma semana após o levantamento das ordens de confinamento, a França registrou 131 mortes em 24 horas, incluindo 8 em asilos entre domingo e segunda-feira - o país já teve picos de mais de 700 óbitos em um só dia.

No entanto, os cientistas concordam que nenhuma avaliação sobre a forma como a França tem conduzido seu plano de desconfinamento pode ser feita por pelo menos as próximas duas semanas.

Até ontem, as autoridades francesas relatavam pelo menos 142.411 pessoas infectadas com o coronavírus e 28.108 mortes em todo o país. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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