Mundo

Por conta de aluguel alto, Virgin da Champs-Elysees fecha

Unidade de livros e música da Virgin Megastore, que é conhecida na França como uma varejista de cultura, disse que pedirá a falência na quarta-feira

Virgin na Champs-Elysees (AFP/ Joel Saget)

Virgin na Champs-Elysees (AFP/ Joel Saget)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 19h27.

Paris - A Champs-Elysees, sempre presente na lista de muitos turistas que visitam Paris, está se transformando, com aluguéis exorbitantes afastando varejistas como a multinacional britânica Virgin, que deverá ceder espaço a outro grupo estrangeiro que deseje expor seus produtos a mais de 300 mil observadores por dia.

A unidade de livros e música da Virgin Megastore, que é conhecida na França como uma varejista de cultura, disse que pedirá a falência na quarta-feira. Ela é a última a deixar a Champs depois que as redes de roupas, produtos de luxo e de exposição de automóveis assumirem o controle.

Os cinemas, que já dominaram as fachadas, foram reduzidos à sombra do que já foram, apesar de um par de famosas salas terem sobrevivido.

Custando 18 mil euros por metro quadrado, a avenida arborizada e com calçadas largas, que se estende por dois quilômetros, do Arco do Triunfo à Praça da Concórdia, foi considerada a terceira rua mais cara do mundo para os lojistas pela Cushman & Wakefield, depois da Causeway Bay em Hong Kong e da Quinta Avenida, em Nova York.

Entre as marcas que podem substituir a Virgin Megastore, apesar do aumento dos aluguéis de 30% no ano passado, estão a Apple, a loja de roupas norte-americana Forever 21 e a Volkswagen.

"Com 30 milhões de turistas por ano, a Champs se tornou uma espécie de local obrigatório para as principais marcas, que, logicamente, querem ter uma vitrine por lá", disse a porta-voz do comitê da Champs Elysees, que reúne os varejistas da avenida.

Outras empresas que abriram uma loja por lá são Abercrombie & Fitch, Banana Republic, Disney, Gap, Guerlain e a especializada em chocolates Jeff de Bruges, enquanto a joalheria Tiffany é cotada para substituir uma das muitas lojas de fast-food no próximo ano.

"A Champs está em profunda transformação", reconheceu Dominique Giraudier, diretor do Group Flo, que planeja fechar seu restaurante Bistro Romain.

Cerca de 15 cinemas foram fechados nos últimos 25 anos, mudando a imagem de uma avenida que, mesmo assim, continua popular nas noites de fim de semana.

Contudo, as autoridades municipais estão preocupadas que a imagem da Champs possa ser afetada por uma certa "banalização", devido à presença maciça de marcas encontradas em todo o mundo.

O comitê da Champs Elysee contesta essa opinião e destaca a diversidade de opções oferecidas - teatros, roupas, lazer e gastronomia - que continuam definindo a avenida.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEuropaFrançaMetrópoles globaisPaíses ricosParis (França)Virgin

Mais de Mundo

Novo centro de processamento de minerais vai fazer com que o Canadá dependa menos da China

Biden diz a Trump que os migrantes são o "sangue" dos Estados Unidos

Incêndios devastam quase 95 mil hectares em Portugal em 5 dias